Chefe da ONU se reúne com secretário americano para discutir cessar-fogo

Ban Ki-moon e John Kerry se reuniram em Jerusalém, nesta quarta-feira, para discutir conflito no Oriente Médio; este é o 15º dia desde o início da crise.

Laura Gelbert, da Rádio ONU em Nova York*

O secretário-geral das Nações Unidas se reuniu nesta quarta-feira com o secretário de Estado americano, John Kerry, em Jerusalém. Os dois defenderam um cessar-fogo “o mais rápido possível” entre israelenses e palestinos.

Em visita à região, Ban Ki-moon também encontrou-se com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o presidente Shimon Peres. O chefe da ONU esteve ainda em Ramallah, na Cisjordânia, onde se reuniu com o primeiro-ministro palestino Rami Hamdallah.

Solidariedade

Após encontro com Shimon Peres nesta quarta-feira, o secretário-geral defendeu o fim da violência e o início imediato do diálogo. Segundo Ban, as “Nações Unidas continuarão a trabalhar com parceiros regionais e globais em prol da paz o mais rápido possível”. Ele ressaltou que “não há tempo a perder”.

O chefe da ONU expressou solidariedade com os israelenses e palestinos. Ban voltou a condenar os “foguetes que ameaçam civis em Israel”. Ele falou também que lamenta a morte de inocentes em Gaza. Segundo Ban, mais de 600 palestinos foram mortos em Gaza e quase três mil foram feridos, a maioria civis.

Ban disse que como secretário-geral das Nações Unidas, “não pode e não vai ficar em silêncio diante desta tragédia”.

Parceria

Segundo o chefe da ONU, é preciso trabalhar as “causas” da situação e mencionou o “fim da ocupação e a humilhação e raiva diárias que vem com ela”. Ban falou também que israelenses e palestinos “têm um futuro comum” e mencionou a solução de dois Estados.

O secretário-geral chamou o presidente palestino Mahmoud Abbas de “parceiro para paz” e disse acreditar que ele seja o melhor parceiro para Israel para que palestinos e israelenses possam viver de forma pacífica.

Assistência

Ao falar com jornalistas em Ramallah nesta terça-feira, Ban disse que “as imagens de mulheres e crianças mortas e sofrendo em Gaza são quase impossíveis de suportar”. Ele falou ainda que mais de 100 mil pessoas, ou 5% da população de Gaza, estão abrigadas em instalações da Unrwa, a agência da ONU de Assistência a Refugiados Palestinos. Ban mencionou estar “preocupado que mais deslocamentos vão criar caos e ainda sofrimento do povo palestino”.

Ban disse que as operações militares de Israel em Gaza devem acabar assim como o lançamento de foguetes a partir de Gaza. Ele mencionou que esta é sua terceira missão de emergência na região como secretário-geral nos últimos cinco anos.

Civis

Ban destacou que tem viajado pela região para pedir um cessar-fogo imediato. Ele citou ainda que em cada parada da viagem tem pedido que mais seja feito para proteger os civis e garantir seus direitos de acordo com a lei humanitária internacional, particularmente muitos civis palestinos. De acordo com o chefe da ONU, “há uma grande questão sobre proporção”.

O chefe da ONU falou ainda que as pessoas em Gaza devem ter uma esperança real de reconstrução e progresso, e defendeu a abertura de “passagens legais”.

O secretário-geral disse que a “construção de assentamentos ilegais em território palestino ocupado é uma violação da lei internacional”. Ele falou ainda que apenas “um acordo negociado concederá aos palestinos suas aspirações legítimas ao fim da ocupação e um Estado Palestino independende e viável, vivendo em paz e segurança ao lado de Israel”.

Desde o início de sua viagem à região, Ban já passou por Catar, Kuwait, Egito, Israel e Cisjordânia, num esforço para um cessar-fogo ao conflito entre israelenses e palestinos, Jordânia e Arábia Saudita são os próximos países a serem visitados pelo secretário-geral.

*Apresentação: Leda Letra.