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Mais de 20% das crianças obesas do mundo estão em África

Alimentação inadequada pode causar obesidade. Foto: Banco Mundial

Mais de 20% das crianças obesas do mundo estão em África

Continente tem 10 milhões de menores nessa condição, entre os 44 milhões no mundo todo; começa esta quinta-feira a primeira reunião da Comissão para o Fim da Obesidade Infantil da OMS.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, OMS, o mundo tem 44 milhões de crianças obesas ou acima do peso. Calcula-se  que 10 milhões estão em África.

Em 1990, o continente tinha apenas 4 milhões de crianças nesta condição e a tendência de aumento preocupa a agência. Esta quinta-feira, tem início a primeira reunião da Comissão para o Fim da Obesidade Infantil, grupo de alto nível criado pela diretora da OMS, Margaret Chan.

Nutrientes

O gestor de Nutrição e Obesidade da agência na Europa explica que mesmo crianças acima do peso podem não estar a receber vitaminas e nutrientes essenciais.

De Copenhaga, João Breda falou à Rádio ONU sobre a influência de mudanças sofridas nas dietas dos africanos e dos asiáticos.

“É um problema muito sério. Cada vez mais, nós temos crianças na Ásia e na África onde o excesso de peso se transformou numa coisa muito, muito séria. Além disso, os hábitos alimentares aí também mudaram, onde os produtos altamente processados, ricos em açúcar e gorduras são cada vez mais frequentes. Refrigerantes são muito ricos em açúcar e há muitos grupos de alimentos que naturalmente estão mais relacionados com a obesidade infantil.”

Exercício

Além da alimentação inadequada, pouca atividade física é outra causa apontada pelo especialista da OMS. Segundo João Breda, as crianças estão cada vez mais sedentárias e deveriam passar uma hora do dia a fazer exercício ou até mesmo brincar para gastar energia.

Entre as consequências da obesidade em crianças, estão doenças cardiovasculares, resistência à insulina, problemas nas juntas, ossos e músculos, deficiência e até cancro.

Na reunião que decorre até sexta-feira, a Comissão para o Fim da Obesidade Infantil vai discutir ainda o papel da indústria de alimentos para crianças e quais as melhores políticas públicas para reverter a crise.