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Agências humanitárias precisam de US$ 982 milhões para atender o Sudão

Desnutrição afeta crianças no Sudão. Foto: Ocha/J. Zocherman

Agências humanitárias precisam de US$ 982 milhões para atender o Sudão

Aumento das necessidades no país obrigou a uma revisão do plano de resposta; são 6,9 milhões de pessoas que precisam de abrigo, proteção, nutrição, saúde e água potável.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Um aumento significativo das necessidades no Sudão durante os primeiros seis meses do ano obrigou a uma revisão do plano de resposta ao país. As agências humanitárias precisam agora de US$ 982 milhões com urgência.

São 6,9 milhões de pessoas a necessitar de assistência, o que representa quase 20% da população sudanesa. Os civis dependem, principalmente, de abrigo, proteção, nutrição, saúde e água potável.

Fronteira

Na primeira metade do ano, houve mais deslocados em Darfur do que em qualquer ano desde o auge da crise, em 2004. Devido ao conflito no vizinho Sudão do Sul, mais de 85 mil pessoas cruzaram a fronteira e buscaram refúgio no Sudão, em particular no Estado do Nilo Branco.

Os dados são do Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, que revisou ainda os números sobre má nutrição. Houve aumento das pessoas severamente desnutridas, especialmente crianças.

Enfermidades

Nas comunidades sudanesas, a vulnerabilidade é aguda. O Ocha cita serviços de água e de saneamento que estão severamente sobrecarregados, em especial nos campos para desalojados em Darfur. Com isso, aumenta a propagação de doenças como hepatite B e icterícia.

O coordenador humanitário da ONU no Sudão afirmou que salvar vidas é prioridade e que os novos deslocados em Darfur somam-se a 2,2 milhões de pessoas que já viviam nos campos da região. Ali Al-Za’tari explica que por isso, a entrega de serviços básicos em Darfur é inadequada.

O representante faz um apelo à comunidade de doadores, para que apoiem o plano de resposta e ajude as agências humanitárias a conseguir entregar assistência nas áreas que mais precisam.

*Apresentação: Denise Costa.