ONU autoriza passagem de ajuda por rotas mais diretas na Síria

Mais quatro vias constam da resolução aprovada esta segunda-feira por unanimidade no Conselho de Segurança; estima-se que 4,5 milhões de vítimas vivem em locais de difícil acesso; outras 240 mil estão em áreas sitiadas.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Conselho de Segurança aprovou, esta segunda-feira, uma resolução que prevê o uso de rotas mais diretas para transportar ajuda aos mais necessitados na Síria.
No documento, aprovado por unanimidade, o órgão recomenda a implantação “o mais rapidamente possível” de um mecanismo de monitorização da ajuda humanitária da ONU no país do Médio Oriente.
Acesso
Ao reagir à aprovação, o secretário-geral disse que com a decisão será possível chegar a 3 milhões de pessoas que não tiveram abastecimento alimentar ou acesso a cuidados básicos de saúde por vários meses.
Ban Ki-moon saudou “especialmente a referência à entrega de suprimentos médicos e cirúrgicos”. O chefe da ONU disse que tais artigos são frequentemente retirados de comboios de auxílio em violação do direito internacional humanitário.
Carregamento
A Resolução 2165 autoriza o uso de quatro rotas de passagens de fronteira, além das que já estão em operação.
Conforme refere, o controlo deve ser feito, com o consentimento dos países vizinhos, ao carregamento de ajuda humanitária das agências da organização e dos seus parceiros.
Natureza Humanitária
O documento prevê que as ações sejam realizadas em instalações da ONU e na abertura posterior dos lotes junto das autoridades aduaneiras para a passagem para a Síria. Damasco deve ser notificado para confirmar a natureza humanitária dos carregamentos.
As partes envolvidas no conflito, em particular as autoridades de Damasco, são instadas a cumprir as suas obrigações no âmbito do direito internacional humanitário e dos direitos humanos.
Conflito
O órgão considera inaceitável a escalada da violência e a morte de mais de 150 mil pessoas no conflito sírio, incluindo mais de 10 mil crianças.
Quanto à situação humanitária, o Conselho expressa grave alarme com a o agravamento considerado rápido e significativo. Cerca de 10 milhões precisam de assistência, incluindo 6,4 milhões de deslocados internos.
De acordo com a ONU, mais de 4,5 milhões de sírios vivem em locais de difícil acesso e outros 240 mil estão presos em áreas sitiadas.