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Pillay preocupada com sentenças contra ativistas na Arábia Saudita BR

Navi Pillay. Foto: ONU/ Jean-Marc Ferré

Pillay preocupada com sentenças contra ativistas na Arábia Saudita

Defensores de direitos humanos foram condenados à prisão; alta comissária da ONU fala também em casos de multas, punição corporal e proibição de viagens.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos expressou preocupação com detenções arbitrárias, julgamentos e prisões de defensores dos direitos humanos na Arábia Saudita.

Navi Pillay chamou atenção para o caso de Waleed Abu Al-Khair, condenado no dia 6 de julho a 15 anos de prisão, o que causou “profunda consternação” na alta comissária.

Opinião

O defensor de direitos humanos também está proibido de viajar e deverá pagar uma multa de alto valor, segundo a decisão de uma corte de Riade.

Abu Al-Khair já havia sido preso no dia 15 de abril e foi condenado por “estimular a opinião pública contra o Estado e seu povo, minar autoridades judiciais e colocar organizações internacionais contra o reinado”.

Perseguição

De acordo com Pillay, o acusado não se envolveu em nenhuma ação violenta, mas foi penalizado por expressar sua opinião. Ele foi julgado por uma corte especializada em casos de terrorismo.

Para ela, o caso de Abu Al-Khair é “uma ilustração clara da tendência de perseguir defensores na Arábia Saudita”, sendo que “muitos foram condenados por promover os direitos humanos de forma pacífica”.

Chibatadas

A alta comissária pede com urgência que as autoridades sauditas liberem imediatamente todos os defensores de direitos humanos. No seu comunicado, ela citou pessoas presas no ano passado e também um ativista de mídia social, condenado em maio a cinco anos de prisão, a 10 anos de proibição de viagens, além de ser obrigado a ficar 20 anos sem participar em qualquer mídia. Ra’ef Badawi também teve seu computador destruído e a pena inclui ainda 1 mil chibatadas.

Navi Pillay pede às autoridades sauditas o fim imediato de punições corporais, que investiguem alegações de tratamento inadequado nas prisões e alegações de procedimentos irregulares nas cortes do país.