Chefe da ONU diz que Médio Oriente vive um dos testes mais críticos
Ban Ki-moon contou que esta quarta-feira foi marcada por contactos que incluíram os líderes de Israel e da Palestina; secretário-geral revela alarme com violência em Gaza, sul de Israel, Cisjordânia e Jerusalém.
Eleutério Guevane da Rádio ONU em Nova Iorque.
O secretário-geral das Nações Unidas disse, esta quarta-feira, que a onda de violência no Médio Oriente é um dos testes mais críticos que a região enfrenta nos últimos anos.
Falando a jornalistas na sede da ONU, em Nova Iorque, Ban Ki-moon declarou-se alarmado com os eventos em Gaza, no sul de Israel e na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental.
Potencial
Conforme referiu, Gaza está “no fio da navalha”. Ele considerou que a deterioração da situação leva a uma espiral descendente com um potencial de escapar ao controlo de qualquer um.
Ao avisar que o risco de a violência pode transbordar, disse que Gaza, e a região como um todo, não pode permitir qualquer outra guerra propriamente dita.
Conselho de Segurança
Em resposta à questão de um jornalista, o secretário-geral disse que deverá reportar sobre a situação num futuro encontro sobre a crise no Conselho de Segurança. Ele disse que é suposto que fale da sua expectativa e da ação dos líderes regionais para conter o impacto da crise.
Durante a maior parte desta quarta-feira, Ban disse ter estado em diálogo ativo com os líderes regionais e mundiais, incluindo o primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, e o presidente palestiniano, Abbas.
A conversa também envolveu o presidente egípcio, Abdul Fattah al-Sisi, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, e vários outros.
Civis
Ban disse estar profundamente preocupado com os múltiplos ataques com foguetes lançados de Gaza contra Israel. Ele considerou tais atos inaceitáveis e declarou que estes devem cessar.
Mas pediu a Netanyahu que exerça a máxima contenção na resposta às provocações, e que respeite as obrigações internacionais para proteger os civis ao manifestar preocupação profunda com o crescente número de vidas civis perdidas em Gaza.
Estabilidade
Ban elogiou Abbas por defender corajosamente seu compromisso com a coordenação da segurança que considerou essencial para a estabilidade no terreno.
Aos líderes regionais disse que têm um papel vital, tendo pedido a al-Sisi e outros que ajudem a facilitar o retorno ao cessar-fogo de novembro de 2012.
Ban disse que tanto ao líder israelita quanto o palestiniano expressaram condolências pelas mortes devido à crise e apelou que os assassinos sejam levados à justiça.
O chefe da ONU também incentivou a todos os líderes que façam o possível para acabar com todos os ataques que inflamam a incitação e o extremismo.