ONU registrou aumento de assassinatos de crianças em conflitos armados
Relatório da representante do secretário-geral para crianças e conflitos armados mostra que número de mutilações de menores também teve uma alta em todo o mundo; Leila Zerrougui alertou sobre graves violações cometidas em 23 países, entre eles, Iraque, Síria, Sudão do Sul, Nigéria e República Centro-Africana.
Edgard Júnior, da Radio ONU em Nova York.
Um relatório da ONU divulgado esta terça-feira mostrou que aumentou o número de assassinatos e mutilações de crianças em áreas de conflito armado, particularmente no Afeganistão e no Iraque.
Segundo a representante do secretário-geral para o assunto, Leila Zerrougui, houve uma piora da crise na Síria, onde a intensificação das hostilidades levou a graves violações contra crianças.
Recrutamento
Na República Centro-Africana, ela afirmou que o recrutamento e o uso de menores de idade em conflitos se tornou endêmico no ano passado e aumentou com a alta da violência.
Zerrougui disse que com a retomada dos conflitos no Sudão do Sul, forças pró e contra o governo fizeram uso de crianças-soldado em suas tropas e cometeram várias outras graves violações.
A representante especial de Ban Ki-moon disse ainda que na Nigéria, além da crise humanitária que atinge metade da população na região nordeste, o país enfrenta os ataques do grupo Boko Haram.
Os rebeldes são responsáveis por ações contra escolas e pelo sequestro de 200 meninas de um colégio em Chibok.
Lista
O relatório de Zerrougui inclui também uma lista de grupos armados e forças armadas que matam, mutilam, recrutam e cometem violência sexual contra crianças.
Segundo a representante da ONU, o recrutamento de crianças-soldado continua prevalente. Foram registrados mais de 4 mil casos em 2013, mas as Nações Unidas calculam que milhares de outras devem ser usadas em conflitos.
Zerrougui disse que a impunidade por graves violações, principalmente de violência sexual, é comum em várias situações e acaba deixando os menores de idade mais vulneráveis.
Esforço
Outro problema citado no relatório é sobre a detenção de crianças por associação a grupos armados ou por questões de segurança.
A representante do secretário-geral disse que tudo isso exige um esforço dobrado da comunidade internacional para implementar medidas que lidem com a situação dos menores afetados por conflitos armados.
Zerrougui deixou claro que são necessárias ações pragmáticas e concretas para “abrir o caminho” na direção de uma solução do problema.