Sadc arranca debate de estratégias para lidar com a migração

Mais de 20 mil pessoas deslocam-se todos os anos para os 15 países da África Austral, a partir das regiões oriental e do Corno de África; OIM diz haver tendência de maior complexidade dos movimentos migratórios.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Representantes de ministérios do Interior da Comunidade dos Países da África Austral, Sadc, debatem desde esta segunda-feira a migração na capital malauiana, Lilongwe.
Todos os anos, a região é destino de mais de 20 mil pessoas provenientes da África Oriental e do Corno de África, revela a Organização Internacional para Migrações, OIM.
Morte
O drama enfrentado pelos envolvidos inclui passar por privações como fome, abandono ou sofrer abusos de caráter físico e sexual. Há também registo de exploração, da detenção prolongada e da morte por afogamento ou por asfixia em camiões.
O destino da maior parte dos migrantes é a África do Sul, que apoia o encontro juntamente com os Estados Unidos. As discussões devem abordar as tendências atuais da migração mista e irregular.
A implementação da estratégia regional denominada Plano de Ação Regional de Dar-es-Salaam deve ser analisada no encontro, que também vai debater a maior eficácia das medidas sobre migração a vários níveis.
Movimentos Complexos
Espera-se que os Estados-membros do bloco concordem numa proposta para reforçar a coordenação regional e a harmonização da forma como o fenómeno é tratado.
A OIM refere que o continente tem vindo a testemunhar movimentos migratórios internacionais mais complexos durante os últimos anos, que têm assumido um caráter considerado cada vez mais misto.
Os maiores fluxos migratórios ocorrem devido à movimentação de refugiados, de candidatos a asilo e migrantes económicos.