Perspectiva Global Reportagens Humanas

Cerca de 10 mil pessoas de comunidades cristãs desalojadas no Iraque BR

Entrega de colchões aos iraquianos. Foto: ONU/E.Colt

Cerca de 10 mil pessoas de comunidades cristãs desalojadas no Iraque

No norte do país, moradores de Qaraqosh deixaram suas casas após conflitos; de ônibus, carro ou táxi, civis seguiram para a região autônoma do Curdistão e estão abrigados com familiares ou em escolas.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Comunidades cristãs no norte do Iraque estão fugindo da violência em Qaraqosh, uma cidade histórica perto de Mossul. Desde quarta-feira, 10 mil pessoas deixaram suas casas e seguiram para a região autônoma do Curdistão.

Civis relataram à agência da ONU para Refugiados, Acnur, que o êxodo começou após morteiros terem sido lançados em Qaraqosh. A localidade abriga cerca de 50 mil pessoas e fica a 30 km de Mossul, que foi tomada por grupos de rebeldes armados há duas semanas.

Entrega de Ajuda

Segundo líderes comunitários, as pessoas, incluindo crianças e mulheres, fugiram de ônibus, de carro ou de táxi na noite de quarta-feira. Os deslocados estão abrigados com familiares, em escolas ou centros comunitários. A maioria está na cidade de Erbil.

Com a pressa, eles não tiveram tempo de levar muitos pertences. O Acnur e voluntários locais distribuíram cobertores, colchões e kits de higiene. No total, já são 300 mil iraquianos de Mossul que fugiram para o Curdistão.

Calor

A agência da ONU fala em desafios para abrigar esses civis. Uma escola já recebeu 700 pessoas e outras devem chegar nos próximos dias. Eles não têm acesso a chuveiros e o local não tem ar condicionado. A temperatura nas salas de aula passa de 40 graus Celsius.

Somente neste ano, conflitos no Iraque levaram 1,2 milhão de iraquianos a deixar suas casas. O Acnur busca US$ 64,2 milhões para ajudar esses civis.

Já a Organização Internacional para Migrações está pedindo a abertura de corredores humanitários para poder prestar assistência a milhares de iraquianos.

A falta de segurança e estradas bloqueadas impedem o acesso aos civis. A OIM pede também para escolas, mesquitas e hospitais que declarem zonas neutras para a entrega de itens essenciais aos desalojados.