Tanzânia, Quénia e Uganda anunciam trabalho em conjunto com Interpol e agências da ONU; até US$ 100 mil milhões são perdidos na economia global devido a este mercado ilegal.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Na primeira Assembleia da ONU sobre o Meio Ambiente, representantes dos governos do Quénia, Uganda e Tanzânia anunciaram uma parceria contra o comércio de madeira ilegal no leste africano.
Na capital queniana, Nairóbi, onde decorre a cimeira, os países destacaram que o trabalho em conjunto será feito ainda com a Interpol e agências das Nações Unidas.
Prejuízos
O Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, destaca que a madeira ilegal degrada florestas, causa prejuízos financeiros, destrói a biodiversidade, promove a corrupção e financia conflitos armados.
No mundo, os prejuízos económicos do tráfico de madeira podem ser entre US$ 30 mil milhões a US$ 100 mil milhões, pelas estimativas do Pnuma.
O bom manejo das florestas é uma fonte vital para os rendimentos de 1,6 mil milhão de pessoas. Os serviços fornecidos pelas florestas tropicais podem valer mais de US$ 6 por hectare em cada ano.
Área Florestal
Em África, as florestas cobrem uma zona de 675 milhões de hectares, ou 23% das terras do continente. Entre 2000 e 2010, o comércio de madeira ilegal gerou perdas de 3,4 milhões de hectares, uma área equivalente a 322 vezes o tamanho da cidade de Paris.
Além de enfrentar o desafio do tráfico entre suas fronteiras, Tanzânia, Quénia e Uganda são utilizados como países de trânsito de madeira de nações como a República Democrática do Congo.
As três nações africanas reconhecem que o comércio ilegal precisa ser combatido e que as florestas devem ser geridas de forma sustentável.
Com a técnica da Interpol e o apoio da ONU, os governos de Tanzânia, Quénia e Uganda vão receber assistência para enfrentar corrupção relacionada à venda de madeira, para o reforço de leis e controlo de fronteiras.
*Apresentação: Denise Costa.