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Enviado da ONU pede solução militar e política para o Iraque BR

Nickolay Mladenov. Foto: ONU/Amanda Voisard

Enviado da ONU pede solução militar e política para o Iraque

Nickolay Mladenov, representante do secretário-geral para o país, defende plano que inclua todas as comunidades iraquianas, como os sunitas; de Bagdá, ele pede urgência em diálogo nacional.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

A “grave” situação no Iraque pede uma solução militar, política e social, que inclua as preocupações de todas as comunidades. É o que defende o representante do secretário-geral da ONU para o país.

De Bagdá, Nickolay Mladenov falou com jornalistas em Nova York esta quarta-feira, por vídeo conferência. O enviado ao Iraque pediu recursos financeiros para os esforços humanitários da ONU no país.

Isil

Mladenov ressaltou a urgência de “diálogo nacional por união e mais importante, pela participação total dos sunitas no processo político”. A ação do grupo armado Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil, precisa ser combatida de forma militar, segundo o enviado da ONU.

Ele explicou que o sucesso de qualquer operação militar depende da cooperação entre a capital Bagdá e Erbil, localizada na região autônoma do Curdistão.

Mais Mortes

A proposta de Mladenov é por um plano militar liderado pelo Iraque, acordado em consenso com várias comunidades nacionais. Desde o começo do mês. Somente em Nineveh, Salah al-Din e Diya, o número de mortos já chega a 900.

A Missão da ONU no Iraque, Unami, e o Escritório de Direitos Humanos calculam que o total de mortos subiu para 1,3 mil e o de feridos para 1,2 mil.

Solução Política

Com a saturação das forças armadas iraquianas em Bagdá, fica muito difícil qualquer tentativa de dominar a capital, na avaliação de Mladenov. Ele diz que somente uma solução militar não é possível, sendo essencial decisões políticas em conjunto.

O representante da ONU falou sobre o impasse no governo do Curdistão sobre questões de orçamento e partilha de gás e de petróleo. A crise humanitária no país é outro problema “dramático”, com 2 milhões de pessoas desalojadas, incluindo 1 milhão de sírios refugiados.

De acordo com Nickolay Mladenov, foram antecipados US$ 300 milhões para ajuda humanitária de emergência no país.