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Crime ambiental leva Interpol a ampliar presença no Quênia BR

David Higgins. Foto: Rádio ONU

Crime ambiental leva Interpol a ampliar presença no Quênia

Diretor-assistente da entidade disse que uma equipe de sete especialistas deve chegar a Nairóbi em setembro; Interpol lançou relatório sobre mercado ilegal de espécies silvestres, nesta terca-feira, em parceria com as Nações Unidas.

Mônica Villela Grayley, enviada especial da Rádio ONU a Nairóbi.

O aumento da ocorrência de crimes ambientais na África está levando a Interpol, a polícia internacional, a aumentar sua presença e monitoramento no continente.

A informação foi dada pelo diretor-assistente para segurança ambiental da Interpol, David Higgins, durante a realização da Assembleia do Meio Ambiente, em Nairóbi, capital do Quênia.

Contrabando

Higgins participou do lançamento do relatório “A Crise do Crime Ambiental”, compilado em cooperação com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.

O documento diz que o crime ambiental gera até US$ 213 bilhões por ano, o equivalente a cerca de R$ 490 bilhões. O contrabando de madeira, de marfim e chifres de rinoceronte são os delitos mais comuns.

Nesta entrevista à Rádio ONU, o diretor-assistente da Interpol disse que a entidade quer enfrentar o problema melhorando a troca de informação entre os países africanos.

Guardas Florestais

Segundo David Higgins, a Interpol enviará uma equipe de até sete policiais para o Quênia. O objetivo é melhorar a comunicação entre os países da região. Segundo ele, a equipe deverá chegar a Nairóbi em setembro. A Interpol pretende continuar a cooperação com o Pnuma na área de combate ao crime ambiental, mas também irá se juntar a guardas florestais quenianos para aumentar o fluxo de conhecimento local sobre os crimes.

O especialista do Pnuma para respostas rápidas, Christian Nellemann, disse que muitos guardas florestais desarmados estão sendo assassinados por bandidos que pertencem ao crime organizado na área de contrabando de espécies da fauna e da flora.

O relatório da agência da ONU cita ainda exemplos de combate aos crimes ambientais citando casos da polícia federal do Brasil e de ações conjuntas que envolvem Moçambique, África do Sul e outros países da região que conseguiram apreender 240 kg de marfim e realizar 660 prisões de contrabandistas.