Maputo reúne comunidade internacional para avaliar banimento de minas
Assistência às vítimas domina debates dos 161 Estados-partes da Convenção de Proibição de Minas Antipessoais; Brasil lembra ação para formar pessoal da desminagem; Angola fala de mais tempo para avaliar estado de destruição dos explosivos.
Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo
Sob lema “Por um Mundo Livre de Minas”, 161 Estados-partes da Convenção de Proibição de Minas Antipessoais estão reunidos em Maputo em torno da proibição do uso do tipo de engenhos.
A Conferência de Revisão de Maputo, a decorrer até sexta-feira, deve culminar com contributos para ações de auxílio aos sobreviventes de minas terrestres e a definição da implementação do acordo legal mundial.
Limpeza de Minas
Em entrevista a Rádio ONU, em Maputo, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Henrique Banze, disse que a limpeza das minas contribui para desenvolvimento económico dos pais.
“A limpeza das minas não só se limita a salvar vidas que é um aspeto importantíssimo da convenção, mas também contribui para nosso caso, para o combate da pobreza no sentido em que faz a limpeza das zonas agrícolas para as pessoas poderem produzir, mas também garante na circulação de pessoas e bens”, frisou.
Ottawa
Dentre vários pontos em revisão, o encontro analisa a adoção do Plano de Ação de Maputo para orientar os esforços para tornar universal a implementação de convenção de Ottawa entre 2014 e 2019.
Angola revelou que pretende pedir a extensão do prazo para avaliar a situação atual de minas. As declarações foram feitas pelo representante do país na conferência, Adriano Gonçalves.
Angola e Brasil
“Quando alcançamos os 10 anos que prevê o artigo 5, da convenção, nós apercebemo-nos que realmente tínhamos feito bastante, mas não sabíamos realmente dimensionar o que já tínhamos feito e o que realmente falta ser feito. E é assim que nós preferimos pedir cinco anos de extensão em interino para que nós pudéssemos avaliar o estado da contaminação de minas em nosso país”, realçou.
Já a chefe da delegação do Brasil, Lígia Maria, realçou o contributo do seu país para o banimento de minas antipessoais, que considerou “uma causa vital para o mundo”.
“O Brasil tem oferecido treinamento, capacitação para a desminagem. Nós somos muito activos, muito presentes e nós estamos muito gratos e orgulhosos pelo facto de Moçambique estar a hospedar tão importante conferência, sobre a revisão da convenção de Ottawa. É uma Convenção que é muito vital, no seu objectivo, no seu propósito de salvar vidas e impedir que pessoas fiquem incapacitadas.”
Transferência
Nesta terça-feira, a reflexão dos progressos na proibição do uso, armazenamento, produção e transferência das minas antipessoais e sobre a sua destruição deve ter como foco a assistência às vítimas.
O evento também deve abordar medidas para garantir o cumprimento da convenção e o suporte para sua implementação.