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Namíbia e África do Sul acolhem cerca de 7 mil ex-refugiados angolanos

Angola acolhe refugiados da RD Congo. Foto: Acnur/L. Beck

Namíbia e África do Sul acolhem cerca de 7 mil ex-refugiados angolanos

Declaração foi feita pela responsável sénior do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados em Angola; cerca de 600 mil angolanos pediram refúgio no exterior devido ao conflito civil terminado há 20 anos.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Cerca  de 7 mil angolanos que durante vários anos beneficiaram do estatuto de refugiados na Namíbia e na África do Sul serão reintegrados nesses países.

As informações foram dadas pela responsável sénior do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, em Angola.

Residência

Esther  Benizri, prestou as declarações, em Luanda, no âmbito do Dia Mundial do Refugiado assinalado este 20 de junho.

“Neste momento, a Namíbia é um dos países que ofereceu a possibilidade para os antigos refugiados angolanos a obter a nacionalidade, ou primeira residência, e até a nacionalidade do antigo país de asilo, a Namíbia. O país ofereceu a mais de 2 mil antigos refugiados angolanos a possibilidade de poder naturalizar-se. Na África do Sul temos umas cinco mil pessoas que estavam naquela altura registadas como refugiados angolanos. A República da África do Sul também aplicou a cláusula de secessão e foi oferecido para os refugiados que queriam ficar a possibilidade de ter uma residência temporária.”

A agência prometeu apoio contínuo para o retorno de angolanos ao seu país. Devido à guerra civil terminada em 2002, o país registou a saída de 600 mil cidadãos para o exterior.

Repatriamento

“O Acnur vai continuar a apoiar este ano o repatriamento dos angolanos que continuam a manifestar um interesse e que já manifestaram no passado esse interesse, e que esse interesse ainda continua vivo. Este ano normalmente deveria se recomeçar o repatriamento dos angolanos, dos antigos refugiados angolanos que vivem na RDC. Estamos a falar de 24 mil angolanos que inscreveram-se para o repatriamento voluntário. No caso da Zâmbia, aqueles que estão lá são muito poucos, achamos que são 2 mil antigos refugiados que queriam se inscrever para o repatriamento.

Há um ano, o Acnur determinou o fim do estatuto de refugiado para os angolanos que fugiram para o estrangeiro devido ao conflito. O país também acolhe cidadãos de outras nacionalidades que pretendem ser integrados.

Leis Vigentes

“Uma grande proporção também se inscreveu para poder ficar em Angola, que como eu já disse, através da aplicação da cláusula de secessão, uma das opções que tem que ser oferecida aos antigos refugiados é a integração, ou seja, a possibilidade de poder permanecer no país de asilo como residente ou até como nacional, mas isso depende das leis vigentes em cada país, o antigo país de asilo”, disse.

A responsável afirmou que na região austral de África, a possibilidade de integração de antigos refugiados angolanos como residentes não foi oferecida pelo Botsuana.

*Com reportagem da Rádio Nacional de Angola.