Violência em Mossul já deslocou 500 mil iraquianos

Civis deixam suas casas na segunda maior cidade do Iraque, que foi tomada por grupos armados da oposição; Organização Internacional para Migrações monitora a situação no local.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York. 

Segundo a Organização Internacional para Migrações, OIM, 500 mil pessoas fugiram de suas casas na segunda maior cidade do Iraque, Mossul.

Os civis abandonaram o local com medo do aumento da violência, já que Mossul foi completamente tomada por grupos armados da oposição. Segundo a OIM, no fim de semana houve conflitos intensos entre esses grupos e as Forças de Segurança do Iraque.

Toque de Recolher

Na segunda-feira, as forças deixaram a cidade, que foi então controlada pelos grupos da oposição. Eles tomaram prédios do governo, o aeroporto internacional e todas as bases policiais e militares.

Equipes da OIM monitoram a situação no local e um toque de recolher está em vigor desde quinta-feira. Os deslocados internos não podem usar veículos dentro da cidade, o que limita o acesso a serviços básicos. Com isso, os civis são obrigados a deixar a região a pé.

Com a violência, há um grande número de civis entre as vítimas. O principal complexo de saúde, com quatro hospitais, está inacessível e em uma área onde há confrontos. 

Serviços Básicos

A OIM explica que algumas mesquitas foram transformadas em clínicas para atender os feridos. Alguns bairros de Mossul estão sem água potável, já que a principal estação de água foi destruida pelos bombardeios.

As famílias também estão com estoques baixos de comida e sem eletricidade, com a luz disponível apenas de uma a duas horas por dia. O governo do Iraque fornece aos deslocados alguns itens básicos de ajuda.

Somente neste ano, a violência na província de Anbar, na região central do país, deixou também meio milhão de civis deslocados, além de 5,5 mil mortos. 

*Apresentação: Leda Letra.