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Embaixador: Brasil pode ajudar a combater violência sexual em conflito BR

Força brasileira no Haiti citada como exemplo

Embaixador: Brasil pode ajudar a combater violência sexual em conflito

Representante do Reino Unido no país, Alex Ellis, afirmou que experiência brasileira em tropas de paz das Nações Unidas é “muito respeitada”; Ellis falou à Rádio ONU sobre parceria britânica com ONU Mulheres.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Brasil está preparado para dar uma grande contribuição às Nações Unidas e à comunidade internacional sobre o combate da violência sexual como arma de conflitos.

A opinião é do embaixador britânico em Brasília, Alexander Ellis. A Embaixada do Reino Unido está apoiando uma campanha da ONU Mulheres para o aplicativo de celular Clique 180. A iniciativa ajuda a ampliar as opções de atendimento às mulheres vítimas de violência doméstica no Brasil.

Operações de Paz

De acordo com o embaixador Alexander Ellis, a experiência brasileira no combate à violência de gênero e como líder em algumas operações de paz da ONU pode facilitar uma maior participação do país em nível internacional.

“O Brasil, por exemplo, tem esta forte presença no Haiti, nas forças de manutenção da paz. O general que comanda as tropas da ONU na República Democrática do Congo (Carlos Alberto dos Santos Cruz) é um brasileiro. Uma pessoa muito respeitada. O Brasil também tem escolas de tropas de manutenção de paz.”

O embaixador britânico falou à Rádio ONU às vésperas da realização da Cimeira sobre Violência Sexual em Conflito, que ocorre em Londres nesta semana. O encontro, organizado pelo governo britânico, foi aberto, nesta terça-feira, pela atriz e enviada especial para Refugiados das Nações Unidas, Angelina Jolie.

Tratados

Para Alex Ellis, o Brasil também pode ser uma grande voz ao lado dos esforços da Grã-Bretanha para promover mudanças em tratados internacionais sobre o tema da violência sexual em conflito.

“Outra linha é uma linha política: criar um protocolo internacional para documentação e investigação de violência sexual em conflitos. Mudar um pouco a Convenção de Genebra para incluir a violência sexual em conflito como grave violação dessas convenções. Isso é uma questão mais de negociação internacional. E a terceira (linha) eu diria (seria) em termos de forte poder que o Brasil tem no mundo. A voz do Brasil é muito ouvida no mundo.”

Cerca de 140 países estão participando da Cimeira sobre Violência Sexual em Conflito, em Londres. Vários representantes das Nações Unidas estão no encontro incluindo a representante do secretário-geral para crianças e conflitos armados, Leila Zerrougui.