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Sarampo ameaça milhares de crianças na Somália

Para evitar duplicação, criança recebe marca no dedo após ser vacinada contra sarampo. Foto: UNICEF/ Jannatul Mawa

Sarampo ameaça milhares de crianças na Somália

OMS alerta para o risco de milhares de crianças contraírem deficiência e até mesmo morte se não forem imunizadas imediatamente; insegurança é fator de baixa cobertura de vacinação em várias áreas do país.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A Organização Mundial da Saúde, OMS, informou que várias regiões da Somália enfrentam surtos de sarampo. A vaga da doença expõe milhares de crianças ao risco de deficiência e até mesmo morte caso não sejam imunizadas imediatamente.

Entre março e abril deste ano, foram registados 1350 casos suspeitos de sarampo. O número é quatro vezes maior que o do mesmo período no ano passado. Já em maio foram notificados quase mil casos da doença na Somália.

Campanhas

Autoridades de saúde com o apoio do Unicef e da OMS além de outros parceiros realizaram pequenas campanhas de vacinação para as áreas mais afetadas incluindo Bari, Baixo Juba e Banadir. A iniciativa atingiu meio milhão de crianças menores de cinco anos.

O representante da agência na Somália afirmou que existe um alto número de crianças malnutridas no país africano. Conforme explicou, os menores estão propensos a sofrer de problemas cerebrais, cegueira, surdez e outras formas de invalidez.

Indicadores

O chefe do Unicef disse que as duas décadas de conflito na Somália decimaram o setor de saúde e deixaram o país com os piores indicadores da área além de nutrição. Estima-se que uma em cada cinco crianças somalis morra antes de completar cinco anos, de sarampo ou outras causas.

Menos de 30% das crianças africanas que ainda não completaram um ano foram vacinadas contra sarampo no ano passado, através dos serviços rotineiros de imunização.

Cobertura

Em algumas regiões do centro e sul do país, a cobertura de vacinação é inferior a 15% devido à insegurança.

A OMS e o Unicef lançaram campanhas em todo o país para evitar a morte desnecessária devido à doença. O programa prevê a imunização de 5 milhões de crianças dos 9 meses aos 15 anos.

* Apresentação: Eleutério Guevane.