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ONU pede respeito da anulação da escolha do primeiro-ministro líbio

Tarek Mitri. Foto: ONU/Evan Schneider

ONU pede respeito da anulação da escolha do primeiro-ministro líbio

No Conselho de Segurança, representante de Ban Ki-moon fala de preocupação com possível conflito prolongado; decisão do Tribunal Supremo contraria deliberação do parlamento em maio; agências de notícias anunciaram que o recém-eleito Ahmed Meiteeg deixou o cargo.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O representante especial do secretário-geral da ONU na Líbia frisou a necessidade de respeitar a decisão do Supremo Tribunal, que declarou inconstitucional a eleição de Ahmed Meiteeg para chefia o governo.

No Conselho de Segurança, Tarek Mitri afirmou esta segunda-feira que a deliberação abre caminho para que o país saia da crise institucional.

Decisão

De acordo com agências de notícias, desde maio o país tinha dois primeiros-ministros pelo facto de o único chefe do governo até então, Abdullah al-Thani, não ter cedido o poder.

Os relatos das agências anunciaram que Maiteeg, de 42 anos, deixou o cargo a reiterar que seria o primeiro a cumpri-lo. A sessão da votação no parlamento foi interrompida por homens armados que invadiram o órgão em maio.

O também chefe da Missão da ONU no país, Unsmil, considerou positiva a primeira reação de Trípoli à decisão judicial.

Conflito

Mitri disse que continua a sensação de preocupação com um possível conflito prolongado, ao destacar que nos últimos meses a crise no cenário político representa uma ameaça para a transição no país.

Há três anos, uma onda de protestos populares seguidos de combates entre forças leais ao governo e grupos da oposição culminou com a queda do antigo líder líbio Muammar Gaddafi.

Segurança

No Conselho, o representante de Ban Ki-moon enumerou “desenvolvimentos significativos de segurança” nos últimos meses, incluindo a ação do general aposentado Khalifa Haftar.

Em meados de maio, este “mobilizou unidades do Exército Nacional da Líbia e vários outros grupos armados tribais”. O antigo oficial alega que combate grupos considerados terroristas, responsabilizados pela violência e pelos assassinatos em Benghazi e em outras áreas do leste.