Ex-líder sul-africano quer que África combata roubo de dinheiro público

Thabo Mbeki pediu a advogados africanos que busquem um equilíbrio entre os interesses de seus clientes e os da sociedade; ele fez referência ao fluxo ilegal de fundos para fora do continente que passa de US$ 50 mil milhões por ano.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O ex-presidente da África do Sul, Thabo Mbeki, pediu a advogados africanos que apoiem uma grande ação contra o dinheiro público roubado do continente.
Mbeki chefia o Painel de Alto-Nível da Comissão Económica para a África sobre fluxo financeiro ilícito.
Combate
Na abertura da Assembleia Geral da União dos Advogados Pan-Africanos, Palu, realizada nos Camarões, ele disse que os “advogados devem combater o envio que está a roubar o continente de recursos cruciais necessários para o desenvolvimento”.
O foco do encontro está no fluxo do financiamento da África, como fechar as brechas e como repatriar os bens congelados em outras regiões.
Estima-se que o fluxo ilegal de dinheiro para fora do continente passe dos US$ 50 mil milhões por ano. Segundo as autoridades, uma quantia que supera a ajuda para desenvolvimento que a África recebe durante o mesmo período.
Corrupção
O painel referiu que esse dinheiro ilegal que está a sair do continente foi recebido através de corrupção de funcionários públicos e atividades criminosas, como tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Além disso, foram mencionadas também fraudes comerciais, que incluem evasão de impostos e sobretaxas altíssimas cobradas pelo envio de remessas, especialmente de empresas transnacionais.
O relatório final com as conclusões do grupo será apresentado na 23ª Cimeira da União Africana em Malabo, na Guiné Equatorial, entre 20 e 27 de junho.