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Violência impede cumprimento de resolução sobre a Síria, afirma Amos BR

Crianças sírias. Foto: Acnur

Violência impede cumprimento de resolução sobre a Síria, afirma Amos

Subsecretária-geral e coordenadora de Assuntos Humanitários nota que três meses após Conselho de Segurança adotar documento, civis dentro do país não estão recebendo a devida assistência.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A subsecretária-geral da ONU e coordenadora de Assuntos Humanitários afirmou esta quarta-feira que uma resolução sobre a Síria não está sendo cumprida.

O Conselho de Segurança adotou o documento há mais de três meses, com a meta de garantir ajuda humanitária para os civis que estão dentro do país e desmilitarizar escolas e hospitais.

Bombas

Em Nova York, Valerie Amos destacou que a violência na Síria continua aumentando, com uso “indiscriminado de bombas lançadas pelo governo, ataques mortais por grupos da oposição, gases venenosos lançados contra civis e punição coletiva de cidadãos”.

Amos lembrou que todas as ações violam os princípios básicos dos direitos humanos. A subsecretária-geral citou “6,5 milhões de mães, filhos, avós e irmãos deslocados na Síria”. O total representa quase 20% de todos os desalojados por conflitos no mundo.

Cerco

De acordo com ela, 241 mil sírios estão sob cerco e 2,5 milhões em Alepo ficaram sem água por mais de uma semana no mês passado. Amos disse que grupos da oposição teriam fechado a principal estação de abastecimento de água da cidade.

Nesta quarta-feira, o Escritório da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, recebeu de Alepo um apelo por farinha, comida e por um fim à violência.

Valerie Amos afirmou que 90 mil pessoas em áreas de difícil acesso não têm ajuda médica. E sem progressos no setor político, aumentou a pressão e a expectativa sobre os trabalhadores humanitários.

Soluções

A chefe do Ocha lembrou que as agências da ONU e parceiros continuam, todos os dias, tentando encontrar soluções para garantir ajuda aos sírios, num ambiente “extremamente complexo”.

Amos lamentou que apenas 7% das pessoas vivendo em áreas sitiadas foram atentidas. Além da violência, os lados em conflito estão impondo condições para a entrega de ajuda e com isso, diminuiu a assistência vital para os sírios mais vulneráveis.

A subsecretária-geral lembrou que o objetivo da ajuda humanitária não é político nem militar, mas busca fornecer assistência emergencial e proteger a população da Síria.