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FAO pede ação urgente para preservar diversidade genética das florestas BR

Foto: Irin/Charles Akena

FAO pede ação urgente para preservar diversidade genética das florestas

Primeiro estudo sobre o tema afirma que metade das árvores do mundo estão ameaçadas pela conversão das florestas em pastos e mudança climática; apenas 3% das espécies são administradas de forma ativa.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

As Nações Unidas estão pedindo ação urgente pelo melhor manejo da diversidade genética das florestas. O apelo está no primeiro relatório sobre o tema, publicado pela FAO, a agência da ONU para Agricultura e Alimentação.

A FAO lembra que as florestas fornecem bens e serviços essenciais à sobrevivência e ao bem-estar da humanidade. Esses benefícios dependem da proteção da diversidade genética florestal, que segundo a agência, está cada vez mais sob risco.

Exploração

Segundo o relatório, metade das espécies de árvores utilizadas por países está ameaçada pela conversão de florestas em pastos, superexploração e impactos da mudança climática.

A biodiversidade em recursos genéticos florestais é essencial porque ajuda a melhorar a produtividade e o valor nutricional de vegetais, mel, frutas, nozes e cogumelos, lembra a FAO.

O documento destaca que existem vários pré-requisitos para melhorar reprodução das espécies de árvores, que devem levar em conta o tamanho das frutas, a rapidez de crescimento, composição dos óleos e proporção da polpa.

Adaptação

Ao mesmo tempo, a diversidade genética garante a adaptação das florestas a mudanças causadas pelo clima, pragas e doenças. O documento indica que falta conscientização dos países sobre a importância dos recursos genéticos florestais.

Apenas 3% das espécies de árvores do mundo são gerenciados de forma ativa e por isso, a FAO afirma estar pronta para ajudar os governos na conservação e uso sustentável desses recursos.

O estudo da agência é focado em 8 mil espécies de árvores, arbustos, palmeiras e bambús, que são os mais utilizados pelo homem. Mas no mundo, existem entre 80 mil e 100 mil espécies.

Menos de 1% das espécies participam de programas de seleção ou de melhoria genética, com a meta de melhorar sua produção e adaptação. Por isso, a FAO pede medidas urgentes para melhorar a gestão das florestas e garantir seus benefícios a longo prazo.