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Aiea seriamente preocupada com programa nuclear na Coreia do Norte BR

Yukiya Amano. Foto: ONU/Jennifer S Altman

Aiea seriamente preocupada com programa nuclear na Coreia do Norte

Relatório entregue pelo diretor da agência nuclear da ONU cita preocupações também em relação ao Irã e Síria; Yukiya Amano disse que projetos de cooperação ajudaram vários países africanos no combate ao câncer.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, está seriamente preocupada com o programa nuclear da Coreia do Norte.

Em pronunciamento feito à diretoria executiva da agência da ONU, o chefe da Aiea, Yukiya Amano, disse que há mais de cinco anos o governo norte-coreano pediu para que os inspetores nucleares saíssem do país.

Verificação

Apesar disso, Amano afirmou que a agência está pronta para participar do processo de verificação do programa nuclear de Pyongyang. Ele pediu que o país cumpra com as obrigações das resoluções do Conselho de Segurança.

Amano quer ainda que o governo norte-coreano coopere imediatamente com a Aiea na implementação das medidas de salvaguarda.

No caso do Irã, o diretor disse que a agência da ONU continua com o processo para verificar se não existe material nuclear não-declarado pelo país nos termos do acordo de salvaguardas.

Amano explicou que a Aiea não tem condições de dar garantias sobre os materiais e atividades não declarados pelo Irã. Com isso, a agência da ONU, não pode concluir que todo o material nuclear iraniano seja para fins pacíficos.

Cooperação

Ele agradeceu a cooperação do governo de Teerã para que os especialistas da agência possam ter um melhor conhecimento sobre o programa nuclear. Mas para resolver questões pendentes, do passado e do presente, Amano disse ser muito importante que o Irã continue implementando o acordo de cooperação.

Já no caso da Síria, o diretor da Aiea afirmou que não houve mudança significativa. Amano renovou o pedido para que a Síria coopere totalmente com a agência da ONU para resolver as questões pendentes em relação, por exemplo, a Dair Alzour.

A Aiea acredita que na área onde um prédio foi destruído existia um reator nuclear não-declarado pelo governo sírio.

Cooperação

Amano falou também sobre os projetos de cooperação técnica da agência com vários países. O principal foco foi em relação à saúde e à nutrição.

Na África, ele explicou que a Aiea está ajudando várias nações no combate ao câncer e na criação de centros médicos.

Na região da Ásia-Pacífico, a agência da ONU ajudou a criar mecanismos para monitorar a poluição marinha causada pela radiação expelida depois do acidente nuclear na usina de Fukushima Daiichi, no Japão.

Na América Latina, o objetivo da Aiea foi ajudar a fortalecer as instituições de saúde com programas de ação de terapia de câncer.

Segundo Amano, os fundos para os programas de cooperação chegaram a US$ 106 milhões, o equivalente a R$ 174 milhões, em 2013. O diretor da Aiea disse ainda que no ano passado a agência conseguiu implementar 83% dos projetos, o índice mais alto na última década.