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Unicef e Unfpa apoiam campanha contra casamento infantil em África

Angélique Kidjo empresta a voz à campanha.

Unicef e Unfpa apoiam campanha contra casamento infantil em África

Segundo agências da ONU, 17 milhões de raparigas do continente são forçadas a casar; Moçambique entre os países com mais casos no mundo; iniciativa é lançada pela União Africana.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, e o Fundo da ONU para População, Unfpa, anunciaram o apoio à primeira campanha da União Africana contra o casamento infantil.

A iniciativa acaba de ser lançada na capital etíope, Adis Abeba, com o envolvimento de líderes de governos, de organizações e da socidade civil.

Moçambique

A ação coletiva visa por um fim na prática, que interrompe a infância de 17 milhões de africanas, ou uma a cada três meninas, que são forçadas a casar.

Segundo o Unicef, entre os 10 países com as maiores taxas de casamento infantil, nove estão em África. A primeira posição é ocupada pelo Níger, com 75%, seguido pelo Chade e República Centro-Africana. Em Moçambique, o índice é de 56%.

Para o vice-diretor do Unicef, Martin Mogwanja, a campanha “de africanos em prol de africanos” precisa ser mantida até que todas as raparigas do continente tenham o direito de completar 18 anos antes de casar.

Ameaça

A diretora regional do Unfpa, Julitta Onabanjo, acrescentou que os dados deixam claro que o casamento infantil é uma “grande ameça às vidas de jovens raparigas”.

Inicialmente, a campanha vai decorrer por dois anos, com ações nacionais em 10 países. A meta é consciencializar sobre os impactos do casamento nas crianças e pedir compromisso político para adoção de medidas legais, sociais e económicas com vista a banir o casamento infantil.

A vencedora do Grammy e embaixadora da Boa Vontade do Unicef, Angelique Kidjo, empresta a voz à campanha, num anúncio disponível na página da agência da ONU. 

*Apresentação: Eleutério Guevane.