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Acnur quer acesso a centro-africanos afetados pela onda de violência

Deslocados internos em Bangui. Foto: ONU/Evan Schneider

Acnur quer acesso a centro-africanos afetados pela onda de violência

Situação agravou-se após ataque à igreja em Bangui, considerado o pior desde a saída do poder dos Séléka no pricípio do ano; estima-se em 17 o número de com 27 sequestrados; entorno no templo abrigava 9 mil pessoas.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, pediu às partes do conflito centro-africano que permitam a entrega de ajuda humanitária essencial e o livre acesso aos que precisam de proteção e de ajuda.

Nesta sexta-feira, a agência condenou com veemência o ataque contra civis na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, há dois dias, na capital Bangui.

Sequestrados

No ataque morreram pelo menos 17 civis e acredita-se que outros 27 tenham sido sequestrados pelos assaltantes, que os levaram para um local desconhecido. Um grupo de jovens cristãos ocupou uma mesquita e barricou as ruas com pneus em chamas nesta quinta-feira.

O Acnur reafirmou o seu apelo para a proteção dos civis de acordo com as obrigações do Direito Internacional.

Insegurança

O local de culto, agora totalmente vazio, abrigava 9 mil deslocados internos. De acordo com a agência, mais de 2 mil chegaram há uma semana devido ao aumento da insegurança nos bairros próximos.

O ataque é considerado o pior em Bangui desde a saída do poder dos Séléka em janeiro de 2014. O Acnur refere que os agressores que fazem parte do grupo, de maioria muçulmana, chegaram em carrinhas de caixa aberta e lançaram granadas antes de disparar para as pessoas na igreja.

Reconciliação

No domingo, três pessoas foram assassinadas supostamente por elementos da milícia anti-Balaka, composta por cristãos, quando iam para um jogo de futebol para reconciliação entre comunidades.

Na segunda-feira e terça-feira, a tensão manteve-se com relatos de tiroteios que na quarta-feira culminaram com o ataque ao local de culto.