Perspectiva Global Reportagens Humanas

Nova onda de violência na República Centro-Africana preocupa a ONU

Bangui. Foto: ONU/Serge Nya-Nana

Nova onda de violência na República Centro-Africana preocupa a ONU

Num apelo ao governo e às forças internacionais, secretário-geral pediu fim imediato do ciclo de violência e de ataques retaliatórios; Missão da organização no país fala de escaramuças e de estradas bloqueadas em Bangui.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A Missão da ONU na República Centro-Africana, Minusca, anunciou esta quinta-feira que a violência alastrou-se por toda capital com relatos de escaramuças, estradas bloqueadas, incêndios de pneus e fogueiras.

Antes, agências noticiosas informaram que pelo menos 11 pessoas morreram, esta quarta-feira, num ataque contra a Igreja de Nossa Senhora de Fátima em Bangui. De acordo com relatos, as milícias Séléka teriam lançado granadas antes de disparar indiscriminadamente contra o edifício.

Jovens Armados

De acordo com a operação de paz, a atividade empresarial foi interrompida na cidade, onde foram vistos jovens armados com machetes a percorrer as ruas.

Desde março de 2013, os rebeldes Séléka, de maioria muçulmana, têm estado envolvidos em intensos combates com as milícias anti-Balaka, compostas por cristãos.

Ataques

O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, reagiu à situação com uma condenação veemente aos ataques. A nota deplora as mortes, incluindo de um padre, além das pessoas raptadas.

O chefe da ONU pede ainda o fim imediato do ciclo de violência e dos ataques retaliatórios. As Autoridades de Transição foram instadas a evitar os atos na capital e em todo o país com os meios de que dispõem.

O apelo foi no sentido da tomada de medidas concretas para garantir a responsabilização dos autores. Às forças internacionais na República Centro-Africana, o pedido é que apoiem tais esforços.

No início da semana, três jovens muçulmanos foram assassinados alegadamente por elementos anti-Balaka quando seguiam para um jogo de futebol organizado para a reconciliação intercomunitária.