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Mais de 50% da população da Síria vive na pobreza extrema BR

Foto: Unrwa

Mais de 50% da população da Síria vive na pobreza extrema

Novo estudo da ONU revela altas taxas de desemprego, com 2,6 milhões de pessoas sem trabalho desde o início da guerra civil; dívida pública do país chegou a 126% do PIB nacional.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

As Nações Unidas divulgaram um estudo esta quarta-feira sobre o desenvolvimento da Síria mais de três anos após o início do conflito entre tropas do governo e grupos armados da oposição.

Segundo o relatório, três em quatro sírios vivem na pobreza, sendo que mais da metade da população, 54%, vive na pobreza extrema. Sem nenhuma solução a curto prazo para o confronto, 20% dos civis não tem meios para alcançar suas necessidades básicas.

Desemprego

Desde o início da guerra civil, 11 milhões de dependentes perderam seu principal meio de sustento financeiro e mais de 2,6 milhões ficaram desempregadas.

O estudo destaca ainda que a inflação disparada aumenta o desemprego, a pobreza e o desespero da população. A dívida pública da Síria também cresceu no segundo semestre do ano passado, com o governo importando petróleo e commodities básicas para aliviar a falta de produtos no mercado local.

Economia

A dívida pública atingiu 126% do Produto Interno Bruto, com uma grande parcela adquirida por meio de empréstimos de outros países, em especial do Irã.

O pesquisador do Centro Sírio de Pesquisa Política, Rabie Nasser, comentou que até o fim de 2013, o total de perdas econômicas desde o início do conflito sírio tinha chegado a quase US$ 144 bilhões.

O relatório aponta que o desenvolvimento humano na Síria regrediu 40 anos durante o conflito. No setor da educação, mais da metade de todas as crianças em idade escolar deixaram de frequentar as aulas. Os números aumentam em Al-Raqqa e Aleppo, com 90% dos alunos fora da escola.

Saúde 

Até o final do ano passado, pelo menos 4 mil escolas estavam fora de funcionamento porque tinham sido destruídas, danificadas ou foram transformadas em abrigos para deslocados internos.

O sistema de saúde sírio também está altamente comprometido, sendo que de 91 hospitais públicos, 61 foram danificados e metade está fora de serviço.

O relatório foi produzido pelo Programa da ONU para o Desenvolvimento, pela Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos e pelo Centro Sírio de Pesquisa Política.