Combates entre governo e rebeldes tuaregues desalojam milhares no Mali

Acnur diz que vítimas passaram dias sem comida enquanto aguardavam a redução de confrontos em Kidal; terça-feira foi marcada por novos combates após os confrontos do último fim de semana.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado para Refugiados anunciou a fuga de cerca de 3 mil pessoas dos bairros afetados pela violência, na sequência dos confrontos entre o exército e rebeldes tuaregues na cidade maliana de Kidal.
Nesta terça-feira, o representante do secretário-geral no país, Bert Koenders, seguiu para a área do nordeste que na quarta-feira registou confrontos após tumultos iniciados no sábado.
Países Vizinhos
A agência considera “pequeno mas crescente” o fluxo de pessoas da cidade maliana, em direção ao sul ou para os países vizinhos. O destino são áreas periféricas ou a distante cidade de Gao, que depois da crise acolheu 400 pessoas.
Os combates entre as tropas malianas e o grupo Mnla foram o culminar das manifestações contra a deslocação do primeiro-ministro maliano a Kidal. O edifício do governo foi ocupado por grupos armados, uma ação que foi condenada pelo Conselho de Segurança.
De acordo com os testemunhos dos recém-chegados de Kidal, estes teriam sido forçados a esconder-se por dois dias sem comer enquanto esperaram que os confrontos diminuíssem.
Novos Ataques
O Acnur disse que a situação em Gao não é calma, com autocarros que deixam a cidade em direção à capital Bamako. A preocupação é com uma possível chegada dos ataques.
A agência contou que podia prestar auxílio aos neceesitados com cobertores, galões e baldes. Os artigos seriam para 2 mil deslocados em Gao e outros 1 mil em Kidal.
O movimento segue-se a meses marcados pelo retorno espontâneo de refugiados ao Mali. De acordo com o Acnur, cerca de 12 mil pessoas regressaram às cidades de Gao e Timbuktu após o fim do conflito iniciado há dois anos.