Após ataques, Nigéria pede ajuda ao Conselho de Segurança

Funcionário da ONU no país disse que assistência foi solicitada pelo governo; porta-voz de Ban Ki-moon diz que medida é decidia por países-membros da ONU; ataque desta terça no nordeste da nação africana matou pelo menos 17 pessoas.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

O Conselho de Segurança deve receber um pedido de assistência do Governo da Nigéria após ataques terroristas que mataram pelo menos 135 no país africano em menos de 24 horas.

Em entrevista à Rádio ONU, da cidade nigeriana de Lagos, o encarregado de informação das Nações Unidas contou que o pedido foi divulgado pelas autoridades do país.

Jos

Oluseyi Soremekun afirmou que o governo da Nigéria pediu que o movimento islâmico Boko Haram passe a integrar a lista do Conselho de Segurança sobre Al-Qaeda, indíviduos e entidades associadas. A lista, estabelecida após duas resoluções do órgão, impõe sanções e outras medidas.

Ao ser perguntado sobre o tema, o porta-voz de Ban Ki-moon afirmou que a medida é uma decisão que cabe aos países-membros da ONU.

Na segunda-feira, dois ataques a bomba mataram pelo menos 118 pessoas na cidade de Jos, que fica no centro da Nigéria.

Acesso

De acordo com o encarregado da ONU em Lagos, os atentados e a crise política estão impedindo o livre fluxo do trabalho humanitário no país.

Soremekum disse que em situações de conflito e crise, o acesso é sempre difícil e perigoso. O contato com as comunidades fica impossibilitado para as agências da ONU e outras entidades humanitárias.

O último ataque terrorista na Nigéria ocorreu perto de Chibok, onde segundo a mídia local, um grupo de meninas sequestradas, no mês passado, estaria sendo mantido.

O grupo Boko Haram assumiu a autoria do sequestro de mais de 200 alunas e diz que todas elas “se converteram ao islamismo por vontade própria.”