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Relator especial da ONU quer regular alimentos não saudáveis BR

Relator pede impostos sobre alimentos não saudáveis. Foto: OMS/N. Neubauer

Relator especial da ONU quer regular alimentos não saudáveis

Olivier De Schutter afirmou que esse tipo de comida representa uma ameaça à saúde maior do que o tabaco; ele pediu um acordo global para proteger e promover dietas saudáveis.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O relator Especial da ONU sobre Direito à Comida, Oliver De Schutter, quer um acordo global para regular os alimentos não saudáveis.

De Schutter afirmou que esses alimentos representam agora uma ameaça à saúde maior do que os produtos derivados do tabaco.

Convenção

Ele disse que da mesma forma em que os países se uniram para regular os riscos do tabaco, o mesmo deve ser feito em relação a uma dieta adequada.

Nesta quinta-feira, será lançado um guia com recomendações para a Convenção Global para Promover e Proteger Dietas Saudáveis, que vai acontecer em Genebra.

De Schutter lembrou que apesar do aumento dos sinais preocupantes e das conhecidas ações prioritárias, a comunidade internacional continua não dando atenção suficiente à piora da epidemia de obesidade e dietas não saudáveis.

Ele disse que há dois anos preparou um relatório sobre nutrição e direito à comida e há 10 anos a Organização Mundial da Saúde lançou a Estratégia Global sobre Dieta e Atividade Física.

Obesidade

O relator explicou que apesar disso, a obesidade continuou avançando e com ela, a diabetes, as doenças do coração e outras complicações de saúde. 

No relatório entregue ao Conselho de Direitos Humanos em 2012, De Schutter indicou cinco ações prioritárias que deveriam ser tomadas pelos países.

Ele pediu que os governos aplicassem mais impostos sobre os alimentos não saudáveis e que regulassem as comidas ricas em gorduras saturadas, sal e açúcar.

O relator pediu também que as autoridades combatessem os comerciais das lanchonetes que vendem a chamada “junk food”. As duas últimas prioridades citam os subsídios agrícolas e mais apoio à produção de alimentos locais.

Para De Schtter, as tentativas para promover dietas saudáveis só vão funcionar se os sistemas de alimentação que sustentam esse movimento forem corretos.