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Unfpa alerta para risco de morte de 30 mil sul-sudanesas durante o parto

Unfpa alerta para risco de morte de 30 mil sul-sudanesas durante o parto

Agência afirma que  200 mil grávidas carecem de atendimento de urgência;  25 mil mulheres afetadas pelo conflito devem enfrentar violência sexual em 2013.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, alertou para a possibilidade de 30 mil sul-sudanesas sofrerem de complicações fatais durante o parto ainda este ano.

A situação pode ocorrer se o sistema de saúde continuar a deteriorar-se, aliado aos poucos profissionais qualificados.

Cólera

Na última sexta-feira, o governo e os rebeldes assinaram um acordo de cessar-fogo. Mas a agência calcula que 200 mil gestantes estejam a precisar de atendimento de urgência.

O risco aumentou após a declaração de um surto de cólera na capital Juba, esta quinta-feira, pelo Ministério da Saúde.

O Sudão do Sul conquistou a sua independência, em 2011,  com a maior taxa de mortalidade materna no mundo, revela o Unfpa.

Violência

O diretor executivo da agência, Babatunde Osotimehin, disse que são precisos US$ 25 milhões para garantir o serviço de atendimento essencial de saúde reprodutiva e para  casos de violência baseada no género.

Antes do conflito atos como estupro, agressão sexual, assédio ou violência doméstica eram registados de uma forma persistente.

Países Vizinhos

Além do Sudão do Sul, o plano também seria implementado nos vizinhos Quénia, Etiópia e Uganda que acolhem mais de 300 mil sul-sudaneses.

Com deslocamentos em massa e o que a agência chama de "Estado de Direito débil," a situação agravou. Estima-se que 25 mil mulheres afetadas pelo conflito enfrentem o risco de violência sexual em 2013.

Os dados do Unfpa devem ser apresentados na conferência de doadores para o Sudão do Sul, organizada pela ONU e pelo Governo da Noruega em Oslo a 20 de maio.