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Apoio às meninas raptadas na Nigéria pode levar anos, diz Unicef

Apoio às meninas raptadas na Nigéria pode levar anos, diz Unicef

Em entrevista à Rádio ONU, responsável dos Programas da agência falou de impacto psicossocial dos sequestros sobre as vítimas; Nicholas Alipui destacou casos de pânico, medo e angústia entre o grupo que escapou.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, disse que está envolvido em ações para estabilizar a saúde mental das meninas que conseguiram escapar dos rebeldes, após terem sido sequestradas há um mês na Nigéria.

Agências noticiosas indicam que estas compõem 53 do grupo das 276 estudantes raptadas pelos insurgentes Boko Haram numa escola de Chibok, no estado nordestino de Borno.

Plano

O Unicef disse que a assistência inicial deve ser seguida pela implementação de um plano mais pormenorizado de acompanhamento a médio prazo.

As declarações foram feitas à Rádio ONU, em Nova Iorque, pelo diretor de Programas do Unicef, Nicholas Alipui. O responsável apontou para casos de pânico, de medo e de angústia como sintomas físicos.

“Este tipo de apoio requer, para além do acolhimento imediato, um acompanhamento de vários meses e às vezes anos. Normalmente, sofrem de situações de susto e de culpabilidadem, às vezes porque sabem que algumas amigas ainda continuam em cativeiro. Elas viveram situações traumáticas e traumatizantes e essas imagens invadem a memória e a consciência das crianças. Perturbam tanto durante o dia e principalmente à noite, na altura de repouso”, contou.

As declarações seguiram-se ao compromisso da ONU em apoiar os esforços do país para garantir a libertação das mais de 200 meninas ainda em cativeiro.

A promessa foi feita, esta quinta-feira, pelo enviado das Nações Unidas para a África Ocidental, Said Djinnit.

O responsável revelou que está a ser preparado um “pacote de apoio” que deve incluir tanto a assistência para as famílias como para as meninas afetadas, após a sua libertação.

No fim da visita à Nigéria, Djinnit prometeu  apoio imediato às famílias envolvidas, além de ajuda para a reintegração das vítimas nas suas famílias e comunidades.