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Pnud: participação dos indígenas nas eleições do Brasil pode melhorar BR

Fórum Permanente sobre Questões Indígenas acontece na sede da ONU em Nova York. Foto: ONU/Eskinder Debebe

Pnud: participação dos indígenas nas eleições do Brasil pode melhorar

Representante da agência da ONU cita dificuldades de acesso a povos que estão em áreas remotas; relatório sobre democracia eleitoral e indígenas da América Latina é lançado esta sexta-feira.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Será apresentado esta sexta-feira na sede das Nações Unidas um informe sobre a participação dos indígenas da América Latina na democracia e nos processos eleitorais.

O documento é lançado durante o Fórum Permanente sobre Questões Indígenas, que segue até o dia 23 de maio. O Programa da ONU para o Desenvolvimento, Pnud, apoia a divulgação do informe, que analisa a situação em três países: Equador, Guatemala e México.

Eleições

Em Nova York, o coordenador de Governabilidade Democrática do Pnud para a América Latina comentou que a participação dos indígenas brasileiros nas eleições pode melhorar, porque ainda existem dificuldades na parte logística.

Gerardo Noto citou como exemplo os povos nativos que vivem na região Amazônica e no Centro-Oeste do país.

“As dificuldades de acesso, as diferentes formas de interação com a sociedade em geral e em particular no caso dos processos eleitorais, em temas de acesso e de informação em línguas que eles utilizam. É importante que o esforço do Estado avance nesses casos, para facilitar essa participação, promover uma participação mais ativa dos representantes indígenas.”

Em ano de eleições presidenciais no Brasil, Gerardo Noto destaca que a inclusão dos indígenas é importante para promover seus direitos, previstos em acordos internacionais apoiados pelas Nações Unidas.

Inclusão

O representante do Pnud elogia, no entanto, a presença de mulheres e de jovens brasileiros nas eleições. Apesar da boa participação, Noto destaca a importância de haver mais mulheres ocupando cargos políticos.

“No caso do Brasil, tem uma porcentagem bem limitada da participação das mulheres no Congresso Nacional e também em posições do poder Executivo e em nível de Estado. A nível local é maior. No caso dos jovens, o Brasil está trabalhando muito bem com o apoio, participação e inclusão dos jovens na sociedade e na política em particular. O tema da participação dos jovens está sendo promovida ativamente no Brasil, estabelecendo lições para outros países da região.”

Segundo Gerardo Noto, o processo democrático dos países da América Latina teve muito progressos, mas é essencial garantir a inclusão de todos os grupos minoritários, como mulheres, jovens, indígenas e afrodescendentes.