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OMS afirma que aumentou expectativa de vida da população global BR

Foto: ONU/Tobin Jones

OMS afirma que aumentou expectativa de vida da população global

Relatório da agência da ONU mostrou que as pessoas estão vivendo mais, média global para uma menina nascida em 2012 é de 73 anos e para o menino 68; no Brasil, média da expectativa de vida para homens e mulheres passou de 66 anos em 1990, para 74 anos em 2012.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Mundial da Saúde afirmou que a expectativa de vida das pessoas aumentou no mundo inteiro.

Segundo o Relatório Mundial de Estatísticas de Saúde 2014, divulgado esta quinta-feira, uma menina nascida em 2012 deve viver 73 anos e um menino, 68 anos. Esses números mostram uma alta de seis anos em comparação às crianças nascidas em 1990.

Maior Expectativa

O país com a maior expectativa de vida para os homens é a Islândia, com 81,2 anos, seguida da Suíça, Austrália, Israel e Cingapura. Entre as mulheres, o Japão lidera com média de 87 anos, seguido da Espanha, Suíça, Cingapura e Itália.

A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, afirmou que uma razão importante para a melhora global da expectativa de vida foi a redução das mortes de crianças menores de cinco anos.

Mas Chan alerta que ainda existe uma grande diferença entre ricos e pobres. As populações dos países desenvolvidos têm uma chance muito maior de viver uma vida longa do que as das nações de baixa renda.

Apesar disso, o relatório mostrou que os países que registraram o maior avanço neste campo foram justamente os mais pobres. A OMS cita que a expectativa de vida na Libéria aumentou 20 anos, passado de 42 anos em 1990, para 62 em 2012.

Estão ainda na lista: Etiópia, Maldivas, Camboja, Ruanda e Timor-Leste, país de língua portuguesa que viu a expectativa de vida subir de 50 para 66 anos durante o mesmo período.

Alerta

O documento alerta que em nove países africanos a população vive, em média, menos de 55 anos. Entre eles estão dois lusófonos, Angola e Moçambique.

Constam também na lista República Centro-Africana, Chade, Côte d’Ivoire, também chamada de Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Lesoto, Nigéria e Serra Leoa.

Brasil

No Brasil, a OMS disse que a expectativa média de vida de homens e mulheres também aumentou, passou de 66 anos em 1990 para 74 anos em 2012.

Mais especificamente, a expectativa de vida entre os homens brasileiros é de 70 anos e entre as mulheres é de 77.

O relatório cita dados importantes que ajudaram na melhora do desempenho do Brasil. Por exemplo, o país registrou quedas nos índices de mortalidade neo-natal e também infantil, entre crianças com menos de um e cinco anos. Nesses dois últimos, a redução foi de quase 80%.

O índice de mortalidade de adultos, entre 15 e 60 anos, registrou uma diminuição de cerca de 30% entre 1990 e 2012.

O acesso à água potável e ao saneamento básico também é visto como um avanço. No caso brasileiro, 98% da população tem acesso à água potável e 81% ao saneamento básico.

Comparação

Em 1990 esses índices eram de 88% e 67% respectivamente. Em comparação, na vizinha Argentina, o acesso á água potável chega a 99% e no saneamento básico, 97%.

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Foto: ONU/Albert González Farran
Entre os países emergentes o Brasil tem o melhor desempenho nesse setor, seguido da África do Sul e Rússia e por último a China.

A OMS cita também o risco de doenças contagiosas. Em 2012, o Brasil registrou 242 mil casos de malária, 75 mil de tuberculose e 33 mil de hanseníase.

Nos países ricos, as doenças contagiosas mais registradas foram tuberculose, caxumba e a tosse convulsa, que é uma tosse violenta e contínua causada por uma bactéria.

Mortes Prematuras

O relatório da OMS mostrou que as três principais causas de morte prematura são: doenças do coração, infecções respiratórias, como a pneumonia, e derrame.

Os especialistas detectaram uma mudança mundial em relação a idade e as causas das mortes. Em 22 países, todos na África, 70% das mortes prematuras foram causadas por doenças infecciosas.

Em outros 47, a maioria nações ricas, 90% das mortes foram causadas por doenças crônicas ou ferimentos.

O documento aponta ainda que 44 milhões de crianças com menos de cinco anos estão acima do peso ou são obesas. Mais de 20% estão na África, que apresenta o maior crescimento neste setor.