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Acnur cita relatos de série de sequestros no nordeste da Nigéria

Menino nigeriano atingido em ataque a escola. Foto: Acnur/H.Caux

Acnur cita relatos de série de sequestros no nordeste da Nigéria

Agência ouviu testemunhos de sobreviventes a ataques contra escolas dos estados do nordeste; nota revela alarme com “brutalidade e frequência sem precedentes” das ações contra civis.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O rapto das 200 meninas numa escola nigeriana “aparentemente faz parte de uma série de sequestros similares”, ocorridos nos últimos meses em escolas no nordeste.

A declaração relativamente ao rapto ocorrido a 14 de abril em Chibok, no estado de Borno, consta de uma nota do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur. A ação foi reivindicada pelos rebeldes Boko Haram.

Especialistas

Nesta sexta-feira, agências de notícias anunciaram a chegada de especialistas dos Estados Unidos e do Reino Unido ao país para ajudar a localizar e resgatar as sequestradas.

O Acnur disse ter ouvido vários estudantes aterrorizados que sobreviveram a ataques a escolas dos estados de Adamawa, Borno e  Yobe. Os seus relatos apontam para amigos mortos ou sequestrados.

A agência da ONU disse estar alarmada com a “brutalidade e frequência sem precedentes” da recente onda de ataques a civis. A próxima semana marca o primeiro ano do estado de emergência declarado nas três áreas.

Raptos

De acordo com o Acnur, nos últimos dois meses o aumento de raptos e mortes criou um deslocamento da população, tanto no país como para os territórios vizinhos.

As declarações dos fugitivos com “sinais claros de angústia e medo”, apontam para atos de extrema violência. As testemunhas falaram de amigos ou familiares mortos nas ruas.

Granadas

As histórias mencionam casas e campos agrícolas incendiados, vilas completamente arrasadas ou granadas lançadas em mercados lotados que causaram a morte de pessoas e de animais.

As autoridades nigerianas estimam que 250 mil pessoas já foram desalojadas pelo conflito entre o governo e as milícias Boko Haram.  Cerca de 61 mil fugiram para os Camarões, para o Chade e para o Níger.

*Apresentação: Denise Costa.