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ONU sugere a países da América Latina reorientação do desenvolvimento BR

Reunião da Cepal em Lima. Foto: Foto: Daniel Malpica/Peru

ONU sugere a países da América Latina reorientação do desenvolvimento

Proposta apresentada pela Cepal indica mais igualdade e sustentabilidade ambiental; Comissão afirma que consumo privado de bens importados está causando alto gasto energético e contaminação ambiental.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

A Comissão Econômica da ONU para América Latina e Caribe, Cepal, está propondo aos países da região uma “reorientação” do desenvolvimento.

O órgão apresentou em Lima, no Peru, um documento que indica ações para o futuro sustentável da América Latina e Caribe. Uma proposta é que as políticas de desenvolvimento sejam baseadas na igualdade e na sustentabilidade ambiental.

Mercado de Trabalho

De Lima, o vice-secretário-executivo da Cepal, Antônio Prado, explicou como as nações podem reorientar seu desenvolvimento.

“Para poder superar dificuldades desse patamar, que nós estamos chamando de ‘encruzilhada’, é necessária a construção de políticas de médio e longo prazos. A nossa sugestão é que sejam feitos pactos em várias áreas. Na área fiscal, na área de mercado de trabalho, na área de política industrial e de investimento, na área de meio ambiente. E também um pacto regional para o tema da agenda pós-2015.”

Produtos Importados

Segundo a comissão, o consumo privado, em especial o de bens importados, está causando um alto gasto de energia e contaminação ambiental. Antônio Prado fala sobre alternativas que podem ser implementadas pelas nações latino-americanas.

“Trabalhar com energias alternativas; o consumo excessivo sem ter uma base produtiva local implica em aumento da vulnerabilidade externa, porque é necessário importar esses bens. E isso depois de algum tempo começa a gerar déficits comerciais e na balança de transações correntes. Então nossa sugestão é também no sentido de criar capacidade própria de produção.”

A Cepal calcula que a taxa de pobreza na América Latina no ano passado foi de quase 28%, uma queda na comparação com 2002, quando o índice chegou a 44%. O principal fator para a queda foi o aumento do emprego.

A projeção da entidade para 2014 é de crescimento médio de 2,7% para os países da América Latina e do Caribe, levemente superior ao alcançado em 2013, que chegou a 2,5%.

A 35ª sessão da Cepal, com a participação de mais de 40 países, incluindo o Brasil vai até sexta-feira, na capital peruana, Lima.