Pillay preocupada com possível revanche após mortes no Sudão do Sul
Ao chegar no país africano, alta comissária apela ao fim das hostilidades e a garantia do retorno seguro dos civis que se viram obrigados a sair de suas casas; para Navi Pillay, situação é “muito grave”.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Ao chegar esta segunda-feira em Juba, capital do Sudão do Sul, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos fez um apelo ao fim das hostilidades e ao sofrimento dos civis.
Navi Pillay lembrou que a população do país mais novo do mundo não se sente segura. Ao lado do conselheiro para Prevenção do Genocídio, Adama Dieng, Pillay declarou que ambos consideram a situação muito grave.
Retorno
A alta comissária afirmou que pode haver inclusive uma revanche dos assassinatos cometidos recentemente. Segundo ela, os civis sul-sudaneses enfrentam enormes violações dos direitos humanos, incluindo violência física, sexual e falta de acesso à comida.
Esta segunda-feira, a alta comissária encontrou-se com o ministro das Relações Exteriores do Sudão do Sul, Barnaba Marial Benjamin, e pediu a ele o retorno da segurança para que os deslocados possam voltar a suas casas.
Ataques
No fim de semana, houve confrontos entre forças armadas do governo e da oposição na cidade de Mayom, no estado da Unidade. Em meados deste mês, um ataque a uma mesquita em Bentiu deixou 200 pessoas mortas e pelo menos 400 feridas.
A visita de Pillay ao Sudão do Sul foi requisitada pelo Secretário-Geral Ban Ki-moon. Os conflitos no país começaram em meados de dezembro, como uma disputa política entre o presidente Salva Kiir e o ex-vice-presidente, Riek Machar.