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Dia Internacional dos Monumentos marcado em Moçambique com reflexão

Dia Internacional dos Monumentos marcado em Moçambique com reflexão

Em Moçambique a Unesco e entidades governamentais lutam pela preservação e reconhecimento do património de Moçambique como património da Humanidade

Ouri Pota, da Rádio ONU em Maputo.

Sob lema Património de comemoração, Moçambique marou o Dia Internacional dos Monumentos, no último dia 18 de abril.

A historiadora e curadora da fortaleza de Maputo, alerta que o turismo em massa pode ser um veículo que pode por em risco os bens de património cultural assim como monumentos. A historiadora defende que esta data serve de reflexão e educação sobre a necessidade de transmissão de conhecimento a gerações vindouras.

Reflexão

“O simples acto que nós podemos ter no dia-a-dia, como visitar os monumentos ou os locais que existem é uma forma de nos contribuirmos para que esses monumentos possam ser conhecidos.Às vezes, como sociedade nós deixamos o papel da educação para as instituições formais, o caso das escolas, mas como pais existe um leque de atividades que nós podemos fazer como visita a museus ou monumentos para que, de forma paulatina, as crianças possam ir crescendo com uma identidade em relação aos locais de património cultural e em relação aos monumentos.”

Matilde Muocha acrescentou que constituem exemplos de monumentos comemorativos, as lápides com inscrições de antigas fortalezas construídas em Moçambique que atualmente podem ser vistas na Fortaleza de Maputo.

Para alem das estátuas de heróis nacionais como o ex-presidente Samora Machel e o intelectual, Eduardo Mondlane, o Jardim Memorial da Escravatura na Ilha de Moçambique pode se ver a Casa Amarela, atual Museu da Moeda, comemorando a edificação da Cidade de Maputo por ter sido a primeira casa de alvenaria.

Espaços

Em relação aos espaços que constituem os monumentos e sítios cujos acesso ao público está encerrado, a historiadora defende que a sociedade deve reclamar porque o acesso à cultura e informação é um direito.

“O acesso a história e a cultura é um direito humano tão fundamental quanto ao acesso a alimentação a água, então como sociedade civil temos que assumir um maior protagonismo a reclamação do acesso a esses conteúdos. Entretanto, hoje, a casa Algarve está fechada, os moçambicanos deveriam a quem de direito reclamar o resgate da casa Algarve para que sejam abertas as portas, sejam adotadas outras formas de preservação da história da casa Algarve para usufruto desta geração e das próximas, é neste sentido que eu acho que tem que haver maior activismo”.

O lema do dia 18 de Abril de 2014, “Monumentos de Comemoração”, foi assim definido inspirado pela comemoração, este ano, do centenário do início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918).

O dia 18 de Abril, o Dia Internacional de Monumentos foi declarado em 1982 pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios, Icomos e posteriormente aprovado pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco.