Em primeira visita a Gaza, chefe da Unrwa pede fim de bloqueio à região
Pierre Krähenbühl disse que medida representa “punição coletiva ilegal” aos palestinos; Israel afirma que bloqueio é necessário para a segurança do país.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.*
O novo chefe da Agência da ONU de Assistência a Refugiados Palestinos, Unrwa, realizou sua primeira viagem oficial a Gaza. Ele pediu a Israel que suspenda o bloqueio à região, que já dura sete anos.
Pierre Krähenbühl acredita que a medida é uma “punição coletiva ilegal” lançada sobre a população local.
Direitos Humanos
O novo chefe da Unrwa afirmou que nada pode preparar alguém para visitar Gaza. Nem uma quantidade de relatórios humanitários, artigos de jornais ou investigações sobre a situação dos direitos humanos.
Ele disse que a região tem um “senso profundo de isolamento e desespero”.
O representante da Unrwa prometeu advogar pelo fim do bloqueio, que segundo Israel, foi imposto por uma questão de segurança de Estado.
Hamas
A medida foi tomada após a vitória do grupo islâmico Hamas nas eleições da Faixa de Gaza, em 2007. Os territórios palestinos são divididos pela administração da Autoridade Palestina na Cisjordânia, e a do Hamas em Gaza.
Pierre Krähenbühl visitou a clínica de Khan Younis, no sul de Gaza, nesta quarta-feira, para demonstrar solidariedade e apoio aos refugiados palestinos, além de ajudar com serviços da Unrwa ao local.
Ele falou sobre a impressão que teve ao ver a barreira que separa Gaza de Israel, e pediu que a cerca seja suspensa.
Refugiados
O novo chefe lembrou que a Unrwa atende cerca de 800 mil refugiados na Faixa de Gaza, 10 vezes mais que a quantidade assistida em 2000.
Ao todo, a agência da ONU ajuda com serviços de educação, saúde e microfinanças a cerca de 5 milhões de refugiados nos territórios palestinos, no Líbano e na Jordânia.
*Apresentação: Leda Letra.