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Agitação no leste da Ucrânia pode desestabilizar todo o país BR

Agitação no leste da Ucrânia pode desestabilizar todo o país

Alerta é do secretário-geral assistente para Direitos Humanos; em reunião no Conselho de Segurança, Ivan Simonovic pede prioridade ao tema e aconselha medidas urgentes para conter a discriminação e a violência.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

O Conselho de Segurança ouviu na quarta-feira os relatos do secretário-geral assistente para Direitos Humanos, Ivan Simonovic, sobre a situação na Ucrânia.

Ele visitou a nação em março e alertou ao órgão da ONU que a agitação no leste da Ucrânia precisa ser tratada como prioridade, já que existe o sério risco de desestabilizar o resto do país.

Violência

Simonovic também aconselhou medidas urgentes para conter a disseminação de informações falsas e colocar um fim a qualquer incitação ao ódio, à discriminação e à violência.

O representante enfatizou “a forte ligação” entre as constantes violações dos direitos humanos na Ucrânia, os protestos na praça Maidan e a situação atual no leste.

Social

Ao Conselho de Segurança, Simonovic destacou que quase um terço da população ucraniana vive abaixo da linha da pobreza e que existem grandes disparidades na qualidade de vida e acesso inadequado aos serviços sociais, o que contribui para a corrupção.

A agitação política levou à retirada do poder o então presidente Viktor Yanukovych, em fevereiro. Logo depois, as tensões aumentaram na Crimeia. Um referendo em março decidiu pela independência da região, que já era considerada autônoma dentro da Ucrânia.

Diálogo

Nas últimas semanas, as tensões aumentaram em várias cidades do leste do país e agências de notícias divulgaram a presença de tropas russas na fronteira com a Ucrânia.

Simonovic visitou a Crimeia nos dias 21 e 22 de março e relatou ao Conselho de Segurança que a manipulação da mídia contribuiu bastante para “um clima de medo e de insegurança” no período que antecipou o referendo.

O representante também expressou preocupação com a aprovação, em 11 de abril, de uma nova constituição pelas autoridades da Crimeia, uma ação que ele considerou “apressada”.

Simonovic falou ainda sobre a importância de um diálogo nacional inclusivo e sustentado para diminuir as tensões no país.