No FMI, Moçambique defende cuidado nas negociações sobre recursos

Ministro das Finanças do país diz que prioridade de investimento com ganhos deve ser dada aos setores tradicionais; declarações foram feitas  nos encontros de primavera do Banco Mundial e do FMI.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Moçambique defendeu que haja maior prudência nas negociações sobre recursos minerais com parceiros, numa intervenção feita, em Washington, pelo seu ministro das Finanças, Manuel Chang.

“Deveríamos ter a capacidade e os cuidados necessários quando fazemos negociações de concessões para ver quanto o país pode ganhar nessas concessões e o que fazer desses rendimentos dos recursos minerais. Quando tivermos isto, vamos priorizar o financiamento aos setores tradicionais nomeadamente a agricultura, que achamos que é a base do desenvolvimento do país. Deveríamos impulsionar a área, as pescas, a energia e o turismo.

Encontros de Primavera

O governante participou numa conferência de imprensa de ministros das finanças do continente africano realizada à margem dos encontros de primavera do Banco Mundial e do FMI.

Os outros intervenientes foram os homólogos do Chade do Uganda e o governador do Banco Central do Djibuti.

Disponibilidade

Em relação às altas taxas de juro em África, Chang disse que o dinheiro aparece como mercadoria e quanto maior a disponibilidade melhor a decisão sobre o seu custo.

Conforme explicou, neste momento, o país tem mais projetos por realizar e as formas de financiamento usadas são concessões com um nível mínimo de 35% para financiar infraestruturas.

Energia e Transportes

O país recorre ao financiamento comercial em projetos “bem definidos, com capacidade de retorno e principalmente para os setores de energia e transporte dentro dos limites que são capacidades financeiros."

O governante disse ainda que devem ser encontradas formas para atrair mais investimentos para necessidades de países africanos.