Relator da ONU pede a Irã que suspenda execução de acusada de assassinato
Reyhaneh Jabbari teria sofrido tentativa de estupro da vítima antes de esfaqueá-lo nos ombros; execução está marcada para esta terça-feira, 15 de abril.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O relator sobre os direitos humanos no Irã, Ahmed Shaheed, pediu ao país que suspenda, imediatamente, a execução de uma mulher acusada de assassinato.
Reyhaneh Jabbari deve ser executada nesta terça-feira, 15 de abril.
Ambulância
Em comunicado, Shaheed disse que há preocupações de ordem jurídica com o caso. A designer foi condenada à morte após ser acusada de assassinato de um cliente em 2007. A vítima, Morteza Abolali Sarbandi trabalhava para o Ministério de Inteligência Iraniano.
Ele teria contatado Jabbari para decorar o escritório dele, mas durante a reunião a levou para a casa dele e teria tentado estuprá-la. Jabbari o esfaqueou no ombro e após fugir da casa ligou para a ambulância para pedir socorro.
Tranquilizante
O relator da ONU disse que as autoridades iranianas têm que rever o caso e retorná-lo aos tribunais para um novo julgamento.
A acusada afirma que agiu em legítima defesa. Ela teria ainda sido forçada a fazer confissões sob pressão e alegação de tortura.
Shaheed disse que, de acordo com a provas do caso, e um laudo médico, um tranquilizante foi colocado num copo de suco na cena do crime, o que pode indicar que a vítima tinha intenção de imobilizar a mulher para então cometer o ataque sexual.
Ele encerrou o comunicado dizendo que as execuções no Irã aumentaram este ano. Mais de 170 pessoas, a maioria mulheres, já foram executadas desde outubro.