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Pillay condena tortura em prisões da Síria; vítimas incluem crianças BR

Pillay condena tortura em prisões da Síria; vítimas incluem crianças

Alta comissária de Direitos Humanos disse que prática está sendo feita por forças do governo e grupos armados da oposição; ela afirmou que prisioneiros são agredidos e humilhados por várias horas quando chegam à cadeia.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, condenou esta segunda-feira o uso crescente de tortura em prisões na Síria.

Ela afirmou que a prática tornou-se rotineira em cadeias controladas pelo governo de Damasco e também por alguns grupos armados de oposição.

Crianças

Pillay disse ainda que o Escritório de Direitos Humanos da ONU foi informado sobre alegações de tortura e maus tratos de crianças no país.

O relatório preparado pelo órgão com depoimentos das vítimas diz que ao chegarem à prisão elas são espancadas e humilhadas pelos guardas por várias horas, o que é conhecido ironicamente como “festa de recepção”.

O documento do Alto Comissariado da ONU afirma ainda que homens, mulheres e crianças são capturados nas ruas, em suas casas e no trabalho. Várias testemunhas sofreram agressões e estupros durante o período em que foram interrogadas.

Crime contra Humanidade

A alta comissária declarou que em um conflito armado, a tortura constitui um crime de guerra. Mas ela explicou que quando a prática é usada de forma sistemática e generalizada, como é praticamente o caso da Síria, isso pode representar crime contra a humanidade.

Pillay pediu ao governo sírio e aos grupos armados que suspendam imediatamente as práticas de tortura e de maus tratos e que os responsáveis por esses atos sejam responsabilizados.

A alta comissária disse que as vítimas devem receber algum tipo de compensação, incluindo indenização justa e tratamento médico.