OIT anuncia queda de 2,7% no número de trabalhadores na pobreza
Em Washington, chefe da agência confirma aumento nas disparidades na renda; países desenvolvidos também apresentam redução do peso de salários no Produto Interno Bruto.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
A Organização Internacional do Trabalho, OIT, anunciou que o número de trabalhadores em situação de pobreza extrema diminuiu 2,7% em 2013.
O diretor da agência, Guy Ryder, considerou que a taxa de redução é uma das mais baixas alcançadas na última década. O representante discursava no encontro de primavera do Banco Mundial e do FMI, em Washington.
Salários
Ryder indicou haver um aumento nas disparidades na renda e que a participação dos salários no Produto Interno Bruto, PIB, tem caído em muitos países.
A tendência também foi observada nas maiores economias do mundo, onde os salários estão aquém do crescimento da produtividade há mais de 20 anos.
Recuperação
A tendência foi “mascarada pelo endividamento sem restrições das famílias antes da crise, e por algum tempo compensado por inovações do mercado financeiro que se mostraram insustentáveis.”
Para a agência, tais problemas estruturais de longo prazo estão agora a ter peso sobre a demanda e a retardar a recuperação.
Desemprego
Para Ryder, caso tivessem continuado as tendências do crescimento anteriores à crise global nos empregos mais de 62 milhões de pessoas estariam a trabalhar em 2013. No ano passado, o desemprego global atingiu a marca de 202 milhões.
O responsável prevê que o deficit de empregos possa aumentar para 75 milhões até 2018, se não for retomado o crescimento.
Expansão
Para Ryder, a economia global ainda não está num caminho para a expansão sustentável e equilibrada.
A fraca demanda global é tida como fator do atraso na criação de empregos, nos salários e na recuperação. Uma das maiores consequências é a desaceleração do ritmo de redução da pobreza no mundo em desenvolvimento.
*Apresentação: Denise Costa.