Após tufão, especialista pede cancelamento da dívida das Filipinas
Cephas Lumina quer que credores internacionais forneçam doações em vez de empréstimos; medida é necessária para que país supere impacto da destruição causada pelo tufão Haiyan.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
Um especialista independente de Direitos Humanos da ONU pediu o cancelamento da dívida externa das Filipinas.
Cephas Lumina explicou que os esforços de recuperação e reconstrução do país podem ser minados pelo peso da dívida.
Doações
Lumina quer que os credores internacionais forneçam doações e não mais empréstimos ao país. Segundo ele, medida é necessária para que as Filipinas possam superar o impacto da destruição causada pelo tufão Haiyan, no ano passado.
O especialista independente da ONU está encarregado de monitorar os efeitos da dívida externa em questões relacionadas aos direitos humanos, principalmente os direitos econômicos, sociais e culturais.
Lumina explicou que mais de US$ 22 milhões de dólares, o equivalente a mais de R$ 52 milhões, deixam o país diariamente para pagar esses compromissos.
Ele cita que desde novembro de 2013, as Filipinas receberam apenas US$ 417 milhões para cobrir o plano de resposta estratégica, metade do valor pedido.
Dívida
Durante o mesmo período, o país já pagou cerca de US$ 3 bilhões em dívidas. Somente em 2014, o país vai pagar US$ 8,8 bilhões aos seus credores.
Segundo o especialista, apesar de mais de 25% dos filipinos viverem na pobreza, as Filipinas são classificadas como um país de renda média, e por isso não se qualifica para programas de ajuda para amortizar dívidas.
O tufão Haiyan foi a tempestade mais forte a atingir o país. Ele deixou mais de 4 milhões de pessoas deslocadas e destruiu 500 mil casas.
O Haiyan teve um efeito arrasador na infraestrutura filipina, hospitais, escolas e serviços públicos, causando danos avaliados em US$ 12 bilhões.