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ONU pede moratória da pena de morte após nova execução na Somália

ONU pede moratória da pena de morte após nova execução na Somália

Em reação ao caso de um réu morto nesta quinta-feira, Escritório dos Direitos Humanos declara que suspeito não gozou de garantias de um  julgamento justo.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Escritório de Direitos Humanos manifestou, esta sexta-feira, a sua preocupação com a execução de um somali após ter alegadamente assassinado um ancião na cidade de Kismayo.

Às autoridades somalis, a entidade pediu para que imponham uma moratória sobre a pena de morte. O processo judicial que culminou na aplicação da sentença é considerado “precipitado.”

Execução Pública

Para o Escritório, ainda não há clareza sobre quem considerou o homem culpado, tendo apontado a possibilidade de não ter sido um tribunal. A nota refere que a execução pública foi levada a cabo por um pelotão de fuzilamento a 3 de abril.

As Nações Unidas citam relatos que indicam que foram realizadas mais de 34 execuções desde janeiro de 2013 no país do Corno de África.

A Missão de Assistência das Nações Unidas na Somália, Unsom, já tinha pedido a suspensão do tipo de pena.

Julgamento Justo

A nota destaca que ao abrigo do Direito Internacional, a pena de morte deve ser aplicada somente após o processo legal mais rigoroso.

O facto de a decisão ter sido tomada nove dias após o assassinato é, para o Escritório, uma indicação de que o suspeito não gozou de plenas garantias de um  julgamento justo.

Ao citar como exemplo o direito a representação legal e o direito de recurso, o pronunciamento realça que um condenado à morte também deveria ter também o direito de pedir perdão ou comutação da pena.

O Escritório lembra que a Somália foi um dos apoiantes da resolução da Assembleia Geral de 2012, que insta os Estados-membros a estabelecer uma moratória das execuções para a abolição da pena de morte.

*Apresentação: Denise Costa.