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Assembleia Geral diz que referendo da Crimeia não tem validade BR

Assembleia Geral diz que referendo da Crimeia não tem validade

Resolução do órgão da ONU recebeu 100 votos a favor, 11 contra, 58 abstenções e 24 ausências; Brasil abstém-se, Portugal e Cabo Verde votam a favor e demais países de língua portuguesa se abstiveram ou se ausentaram.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A Assembleia Geral da ONU declarou que o referendo realizado na Ucrânia em 16 de março não tem validade.

O presidente da casa, John Ashe, anunciou esta quinta-feira o resultado da votação da resolução sob o tema de “prevenção de conflito armado e de fortalecimento do papel da mediação na solução pacífica de disputas”.

Brasil

Ashe afirmou que a proposta recebeu 100 votos a favor, 11 contra e 58 abstenções. Um total de 24 países não votaram na sessão.

O Brasil absteve-se, mas antes da votação, em discurso no plenário da Assembleia Geral, o embaixador do país junto à ONU, Antonio Patriota, afirmou que a situação na Ucrânia é séria

Falando em inglês, Antonio Patriota declarou que a comunidade internacional deve reafirmar sua determinação urgente para encontrar uma solução pacífica. Ele contou que o Governo Brasileiro está acompanhando com atenção a escalada das tensões na região.

Parceria Tecnológica

Patriota lembrou que o Brasil abriga a maior comunidade de ucranianos fora da Europa. Ele citou ainda os laços entre os dois países, que em 2009 formaram uma parceria tecnológica.

Entre os países de língua portuguesa, Angola, Moçambique e São Tomé e Príncipe abstiveram-se. Já Portugal e Cabo Verde votaram a favor da resolução. Guiné-Bissau e Timor-Leste ficaram ausentes do pleito.

O documento diz que o referendo na “República Autônoma da Crimeia e na cidade de Sevastopol” não foi autorizado pela Ucrânia e não pode servir de base para qualquer mudança no status da região.

Fronteiras

A resolução pede a todos os Estados-membros, organizações internacionais e agências especializadas “para não reconhecer a anexação dos territórios à Rússia.”

Além disso, o documento conclama os países a evitar qualquer ação ou comércio que possam ser interpretados como “reconhecimento da alteração do status da região”.

O documento afirma ainda compromisso à soberania, à independência política e à integridade territorial da Ucrânia, dentro de suas fronteiras reconhecidas internacionalmente.