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Pillay quer comissão independente sobre guerra civil no Sri Lanka BR

Pillay quer comissão independente sobre guerra civil no Sri Lanka

Alta comissária sugere estabelecimento de grupo para investigar alegações de violações dos direitos humanos; conflito terminou em 2009, mas há testemunhos sobre continuação de ameaças e intimidações.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos quer o estabelecimento de uma comissão internacional de inquérito para investigar violações ocorridas durante e após a guerra civil no Sri Lanka. O conflito terminou em maio de 2009.

Navi Pillay reconhece que o governo do país estabeleceu vários mecanismos para investigar os casos. Mas ela afirmou esta quarta-feira que nenhum tinha a independência necessária para inspirar confiança entre vítimas e testemunhas.

Ameaças

Ao Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, Pillay disse que a “falha em tratar a dor e o trauma das vítimas e sobreviventes mina a confiança no Estado e na reconciliação” do país.

A alta comissária está preocupada também com a continuação de ameaças e de intimidações contra defensores de direitos humanos, ataques a minorias religiosas e repressão à liberdade de opinião e de expressão.

Pillay nota que continuam surgindo evidências, com pessoas afirmando estarem prontas a testemunhar perante órgãos internacionais que possam  garantir sua proteção.

Resolução

Para a alta comissária, isso justifica a necessidade de uma comissão internacional de inquérito, que pode ter um “papel positivo em conseguir novas informações” e em estabelecer a confiança com os sobreviventes da guerra civil. 

O Conselho de Direitos Humanos deve votar uma resolução autorizando Navi Pillay a prosseguir com as investigações sobre violações e abusos cometidos durante a fase final do conflito no Sri Lanka.

O conflito entre governo e rebeldes durou quase três décadas e pelo menos 70 mil pessoas morreram.