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Relatores da ONU querem investigação da morte de ativista chinesa

Relatores da ONU querem investigação da morte de ativista chinesa

Grupo de sete especialistas diz que Cao Sun Ly Shunli piorou e continuou sem qualquer tratamento na prisão; advogada falecida na sexta-feira foi acusada de crime de provocação.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Um grupo de especialistas independentes de direitos humanos expressou consternação com a morte da ativista chinesa Cao Sun Ly Shunli num hospital na última sexta-feira.

A nota assinada pelos sete peritos destaca a sua intervenção nos últimos seis anos e expressa condolências à família e aos amigos da advogada.

Revisão

O realce vai para o apelo feito por Cao, que exigia maior transparência e participação da sociedade civil na segunda revisão periódica do historial chinês pelo Conselho de Direitos Humanos.

Em setembro do ano passado, Pequim impediu o regresso da ativista à capital chinesa após a sua participação num seminário sobre direitos humanos e o papel fundamental dos observadores, em Genebra.

A nota realça ainda que a advogada foi presa e a sua família não teve conhecimento do seu paradeiro até ao momento em que governo chinês a acusou de crime de provocação.

Hospital

Cao continuou detida, com a saúde a deteriorar e sem qualquer tratamento apesar das exigências dos especialistas da ONU. A nota menciona ainda que após ter sido levada para o hospital, em fevereiro, os médicos não puderam salvar a sua vida.

A morte de Cao é considerada um exemplo trágico da criminalização das atividades dos defensores dos direitos humanos na China e das represálias por eles sofridas.

Investigação

Um pedido foi feito às autoridades chinesas para a investigação das circunstâncias da morte da ativista.

A nota foi assinada pelos relatores para as áreas de detenções arbitrárias, desaparecimentos forçados, liberdade de opinião e expressão, liberdade de reunião e associação pacíficas, saúde, defensores de direitos humanos e tortura.