ONU recebe líderes religiosos da República Centro-Africana
Ban Ki-moon apela por esforços para unir as comunidades do país; encontro juntou arcebispo de Bangui, presidente do Conselho Islâmico e reverendo da Aliança Evangélica.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
O Secretário-Geral das Nações Unidas afirmou ter ficado “honrado” ao encontrar três líderes religiosos da República Centro-Africana na sede da organização, em Nova Iorque, na quinta-feira.
Ban Ki-moon descreveu a reunião como “um símbolo poderoso da longa tradição do país para a coexistência pacífica”. Estiveram na ONU o arcebispo da Igreja Católica de Bangui, Dieudonne Nzapalainga; o presidente do Conselho Islâmico da República Centro-Africana, Imam Oumar Kobine Layama, e o presidente da Aliança Evangélica do país, reverendo Nicolas Guérékoyame-Gbangou.
Ataques
Ban afirmou aos três líderes que o legado para a paz está sob ameaça. A República Centro-Africana vive um conflito sectário desde dezembro de 2012, após ataques dos rebeldes Séléka, de maioria muçulmana. As milícias cristãs, conhecidas como anti-Balaka, também participam nos confrontos.
A ONU fala em milhares de mortos e 2,2 milhões de civis necessitados de ajuda humanitária, uma parcela que corresponde à metade da população do país.
Apoio Internacional
Entretanto, o Secretário-Geral declarou que o conflito não é em torno da religião, ao afirmar que “afiliações religiosas e étnicas estão a ser manipuladas por razões políticas”.
Ban pediu apoio da comunidade internacional, pelo facto dos três líderes reunidos terem “se recusado a ser inimigos”. O chefe da ONU explicou que a República Centro-Africana precisava de mais ajuda para salvar vidas além de tropas e elementos da polícia adicionais para proteger os civis.
Ban Ki-moon reiteirou o apoio das Nações Unidas ao povo do país, nos esforços pela paz, reconciliação e justiça.
*Apresentação: Eleutério Guevane.