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ONU e Unesco apelam ao fim da destruição do patrimônio cultural sírio BR

ONU e Unesco apelam ao fim da destruição do patrimônio cultural sírio

Comunicado conjunto é assinado pelo Secretário-Geral Ban Ki-moon, a chefe da Unesco, Irina Bokova e o enviado especial Lakhdar Brahimi; eles citam locais transformados em “campos de batalha”.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas estão fazendo um apelo ao fim da destruição do patrimônio cultural da Síria. O comunicado conjunto divulgado esta quarta-feira é assinado pelo Secretário-Geral Ban Ki-moon, pela chefe da Unesco, Irina Bokova e pelo enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi.

Eles citam que vários locais considerados Patrimônio Mundial já sofreram danos irreversíveis. Quatro estão sendo usados para fins militares ou foram transformados em campos de batalhas: as ruínas de Palmyra, local já considerado um oásis e existente desde o período pré-Cristão; o castelo Crac de Chevaliers, do ano de 1142; a igreja de São Simão e Aleppo.

Razões Ideológicas

A cidade de Aleppo existe desde milênios antes de Cristo e já foi ocupada pelos assírios, árabes, mongóis, mamelucos e otomanos.

Ban, Bokova e Brahimi citam relatos “alarmantes” de que os patrimônios estariam sendo alvo por “razões ideológicas”. Segundo os representantes, o tráfico de objetos culturais na Síria já atingiu um nível “sem precedentes”.

Identidade

Grupos extremistas estariam destruindo a arte de forma intencional, com a meta de apagar “testemunhos únicos sobre a rica diversidade cultural da Síria.”

O comunicado afirma que “todas as camadas da cultura síria estão sob ataque”, incluindo obras do pré-cristianismo, do cristianismo e muçulmanas. Com isso, a identidade e a História do povo sírio estão sendo danificadas.

Além de condenar a destruição, a ONU e a Unesco alertam aos países, aos profissionais do mercado de arte e aos turistas para ficarem em alerta e verificar a origem de objetos culturais sírios que podem ter sido exportados de forma ilegal.